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    Terror de militantes islâmicos do Boko Haram ameaça pleito na Nigéria

    PHIL HAZLEWOOD
    DA AFP

    15/01/2015 01h38

    A um mês das eleições legislativas e presidenciais, a Nigéria, maior economia e país mais populoso da África, enfrenta uma onda de violência sem precedentes perpetrada pelos militantes islâmicos do grupo Boko Haram.

    O último grande ataque dos radicais, entre os dias 3 e 7 deste mês, ocorreu na cidade de Baga, na fronteira com Camarões e Chade.

    O governo diz que 150 militares e civis foram mortos, mas alguns veículos de imprensa e a Anistia Internacional estimam até 2.000 vítimas, o que seria o maior massacre do Boko Haram em seis anos de combate para formar um Estado sob a sharia (lei islâmica) no nordeste do país.

    Editoria de arte/Folhapress
    Localização de Baga, local dos ataques do Boko Haram, perto da fronteira com Camarões e Chade
    Localização de Baga, local dos ataques do Boko Haram, perto da fronteira com Camarões e Chade

    A Anistia anunciou que divulgaria nesta quinta (15) imagens de satélite detalhando a destruição em Baga. Em nota, o Itamaraty repudiou o ataque e adotou a estimativa de 2.000 mortos.

    Diante das investidas cada vez mais sangrentas do Boko Haram, a insegurança se tornou tema central da campanha eleitoral. Cristão, o presidente Goodluck Jonathan, 57, disputa a reeleição em 14 de fevereiro contra o muçulmano ex-ditador Muhamadu Buhari, 72, candidato pela quarta vez.

    A Comissão Eleitoral Independente alertou nesta terça-feira (13) ser pouco provável que as eleições sejam realizadas nas zonas controladas pelo Boko Haram.

    Os resultados da eleição -que os especialistas descrevem como a mais disputada desde a volta da democracia, há 16 anos- podem ser impugnados caso milhares de cidadãos sejam impedidos de exercer o seu direito de voto.

    Jonathan, que governa a Nigéria desde a morte de seu antecessor, Umaru Yar Adua, em 2010, é muito criticado por não ter conseguido deter a insurreição islâmica, que causou mais de 13 mil mortes de 2009 para cá.

    Em um país que no ano passado se tornou a maior economia da África, graças a uma mudança importante no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), mas onde metade dos 178 milhões de habitantes vive na pobreza, Jonathan não pode contar com o desempenho econômico para garantir a reeleição.

    O general reformado Buhari afirma ter travado uma guerra contra a indisciplina em sua breve passagem pela Presidência como líder da junta militar entre 1983 e 1985 e é visto como empenhado no combate à corrupção.

    Nenhuma pesquisa independente permite avaliar a popularidade dos dois candidatos. No entanto, para vários especialistas, a frente opositora Congresso Progressista, de Buhari, tem chances de derrubar o governista Partido Democrático do Povo, no poder desde 1999.

    A oposição aposta em vitória em três cidades-chave: Lagos, a capital econômica; a cidade petroleira de Port Harcourt, no sul; e Kano, maior cidade do norte.

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