O papa Francisco afirmou nesta quinta-feira (15), a bordo de seu avião que voava entre o Sri Lanka e as Filipinas, que a liberdade de expressão tem seus limites e não se pode provocar nem ofender a religião.
O pontífice disse que tanto a liberdade de expressão quanto a religiosa são direitos humanos fundamentais e afirmou: "temos a obrigação de falar abertamente, de ter essa liberdade, mas sem ofender."
Francis R. Malasig/Efe | ||
Papa Francisco saúda fiéis em sua chegada a Manila, nas Filipinas |
Ele se referia —ainda que não abertamente— ao "Charlie Hebdo", conhecido por satirizar religiões, incluindo suas principais autoridades, como o papa.
Francisco afirmou que é "abominável matar em nome de Deus", mas também é errado "insultar as religiões".
Se o doutor Gasparri [Alberto Gasparri, que cuida das viagens do papa e estava a seu lado durante a entrevista no avião], grande amigo, diz um palavrão contra a minha mãe, deve esperar um soco", disse o pontífice, fazendo o gesto do soco. "É normal."
O periódico foi palco de um atentado terrorista perpetrado pelos radicais islâmicos Chérif e Said Kouachi. Eles alegaram que o ataque foi para "vingar o profeta", em referência às caricaturas de Maomé que o semanário publicava.
O próprio Francisco já foi alvo das sátiras do "Charlie Hebdo".
Numa ocasião, o periódico publicou uma caricatura onde se via o papa, durante sua viagem ao Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude em 2013, usando chinelos e uma fantasia típica do carnaval carioca, e explicando faz tudo "para conseguir clientes".
O papa faz uma visita à Ásia. Após passar pelo Sri Lanka, ele está nas Filipinas, país com o maior número de católicos na Ásia. É a primeira vez que um pontífice visita o local desde 1996