Ao menos doze pessoas foram detidas entre a noite de quinta (15) e madrugada desta sexta-feira (16) na região de Paris como parte das investigações sobre os atentados terroristas da semana passada na capital francesa, indicou uma fonte judicial.
Os detidos serão interrogados sobre o possível apoio logístico que podem ter fornecido aos criminosos, com armas e veículos, disse a fonte.
Oito pessoas foram colocadas em prisão preventiva, afirmou uma fonte da polícia.
BÉLGICA
Uma megaoperação da polícia belga deteve na quinta-feira (15) 15 pessoas -13 na Bélgica e mais duas na França- em ao menos dez batidas policiais numa operação antiterrorista que tem como objetivo desmantelar um grupo que estaria em vias de cometer atentados para matar policiais, anunciou a promotoria federal.
Acredita-se que alguns deles tenham regressado da Síria, após combater nas fileiras de grupos jihadistas.
O órgão indicou ainda, durante coletiva de imprensa, que pedirá a extradição dos que foram detidos na França, mas que não há relação entre o caso e os atentados de Paris.
Também na quinta, um tiroteio acabou com dois suspeitos mortos na cidade de Verviers, perto da fronteira com a Alemanha. Um outro homem foi detido na ação, que fazia parte da megaoperação.
ALEMANHA
A polícia alemã prendeu em Berlim dois cidadãos turcos, supostamente ligados à organização terrorista Estado Islâmico (EI), que são suspeitos de terem cometido um atentado na Síria, informou nesta sexta-feira (16) uma fonte policial.
A polícia relatou, no entanto, que não há indícios de que os dois detidos estivessem planejando um atentado na Alemanha.
Os dois detidos têm 41 e 43 anos e há outras três pessoas de seu círculo social que também estão sendo investigadas.
A prisão aconteceu durante uma operação na qual 250 policiais fizeram batidas em 11 imóveis, a maioria deles nos bairros de Moabit e Wedding, que contam grande percentual de muçulmanos.
A polícia alemã também fez outra detenção ontem à noite, em Wolfsburg, no norte do país, de um suposto membro do Estado Islâmico (EI).
O homem, um alemão de origem tunisiana, teria recebido treinamento militar na Síria entre maio e agosto de 2014.
ATENTADOS DE PARIS
O terror tomou conta da França na última semana. Em 7 de janeiro, os irmãos Chérif e Said Kouachi invadiram a sede do jornal "Charlie Hebdo", em Paris, e mataram 12 pessoas, entre elas oito jornalistas e dois policiais.
No dia seguinte, em Montrouge, subúrbio parisiense, a policial Clarissa Jean-Phillipe foi morta por Amedy Coulibaly, outro jihadista. Ele reivindicou a morte num vídeo. Na gravação, ainda afirmava ter laços com a milícia radical Estado Islâmico.
No dia 9, Coulibaly fez reféns num supermercado judaico na capital, matando quatro deles.
Tanto os irmãos Kouachi quanto Coulibaly foram mortos quando a polícia interveio, invadindo os locais onde se entrincheiravam. Os irmãos numa gráfica em Dammartin-em-Goële, a noroeste de Paris, e Coulibaly no próprio supermercado kosher. Eles dizem ter feito o ataque a mando da Al Qaeda no Iêmen, braço da rede terrorista na Península Arábica
Nesta semana, o presidente François Hollande anunciou que 10 mil ficariam encarregados de proteger 'locais sensíveis', e outros 5.000, a comunidade judaica.
No domingo, 3,7 milhões foram às ruas em várias cidades francesas homenagear os 17 mortos, saldo dos ataques.
Na marcha, havia chefes de Estado, autoridades religiosas e de outras organizações supranacionais. Foi o maior protesto da história do país.