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    Maldição do substituto real perturba príncipe Andrew

    STEVEN ERLANGER
    DO "NEW YORK TIMES", EM LONDRES

    24/01/2015 02h00

    Não é fácil ser o substituto, o segundo filho treinado para pouco mais que ficar por perto, esperando que seu irmão mais velho morra ou tenha filhos, que o suplantarão.

    Conforme o príncipe Andrew, duque de York, envelheceu e ficou mais distante na linha de sucessão (aos 54 anos, hoje ele é o quinto na fila), ele enfrentou o problema do que fazer consigo mesmo -ser público, mas não proeminente- e nem sempre fez as melhores opções, como admitiu.

    O príncipe Andrew está de volta ao noticiário com o ressurgimento de denúncias de que ele fez sexo com uma menor, feitas por um velho e rico amigo dele, Jeffrey E. Epstein, preso em 2008 por incitar uma menor à prostituição.

    Em 2011, quando as acusações contra o príncipe Andrew vieram à tona, e novamente este mês, quando elas ressurgiram em um caso aberto em um tribunal da Flórida, o Palácio de Buckingham emitiu negações explícitas.

    As afirmações da mulher, que segundo o palácio se chama Virginia Roberts, hoje com 30 anos, casada e com três filhos, foram divulgadas em 2011 pela imprensa britânica e pela revista "Vanity Fair".

    A diferença agora parece ser uma acusação direta de Roberts, por meio de seus advogados, de que teve contato sexual com o príncipe Andrew e outras figuras públicas, como o advogado Alan Dershowitz, que também nega as acusações e disse que pretende mover uma ação para colocá-la sob juramento.

    O furor sobre o príncipe Andrew levantou um problema conhecido, o de levar a vida como membro da família real sem uma função definida. "Andrew viveu no submundo de Mayfair, que era um pouco decadente -quando você é um membro da realeza sem função, tende a cair nesse mundo", disse o comentarista social Peter York.

    Em editorial intitulado "Reforma real", o jornal britânico "The Times" sugeriu que a família real, enquanto instituição, se enxugue e mande seus filhos trabalharem. Fora desses papéis, "eles representam mais um risco que um benefício para a família real".

    "Há muito tempo o príncipe Andrew não tem uma função verdadeira. Ele tentou encontrar uma, mas falhou, porque esteve procurando no lugar errado", diz o editorial.

    Em vez de uma profissão, "ele se contentou em modelar para si mesmo a existência de um nobre independente" e "contou demais com seus amigos para manter um estilo de vida" que não podia sustentar.

    O frenesi da mídia continua, com relatos de que o príncipe Andrew comprou um chalé na Suíça com sua ex-mulher, Sarah Ferguson, por US$ 20 milhões (R$ 52 milhões) com uma hipoteca conjunta.

    O crítico da mídia Roy Greenslade disse que a imprensa está certa ao se questionar como Andrew tem esse estilo de vida com uma aposentadoria da Marinha e uma mesada de sua mãe, a rainha Elizabeth.

    Tradução de LUIZ ROBERTO GONÇALVES

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