Em entrevista à Folha, Theano Fotiou, candidata à reeleição no Parlamento pelo Syriza -de cujo comitê central participa-, diz que as medidas de austeridade do atual governo "destruíram" a economia grega. Ela nega que o partido queira fazer a Grécia sair da zona do euro.

Criado em 2004 como mistura de várias tendências de esquerda, o Syriza hoje tem 71 cadeiras no Parlamento, sendo a principal força de oposição no país.

Em maio de 2014, ficou em primeiro lugar na Grécia nas eleições para o Parlamento europeu.

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Folha - Na sua opinião, por que o Syriza cresceu e se tornou o favorito nas pesquisas?

Theano Fotiou - Nós fizemos os gregos entenderem o que está acontecendo com eles, demos as ferramentas para isso. Participamos de protestos, manifestações. Somos parte das pessoas, e não do sistema político que tomou conta do país. Podemos ser algo novo na política.

Por que defendem suspender as medidas de austeridade econômica?

Essas medidas destruíram nossa economia. Quando foi negociado o resgate, prometeu-se que a dívida do país não cresceria. Em 2009, ela era de 120% do PIB, e agora está em 175%. A economia não pôde novamente retomar o jogo do crescimento. Tivemos 600 mil pequenas empresas que fecharam.

Adversários dizem que vitória do Syriza pode ser perigosa para a Grécia e toda a Europa.

Nós queremos só renegociar a dívida e vamos pagar o restante depois dessa negociação. Estamos compromissados com um programa. E não estamos sozinhos -nós temos muitos aliados, como o movimento Podemos na Espanha.

A senhora defende que a Grécia deixe a zona do euro?

Nós não queremos isso. Estamos na zona do euro e ficaremos nela, trabalhando com a Europa; somos parte dela. Só precisamos ter a cabeça erguida porque somos um país de longa história.