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    Quinze manifestantes morrem no Egito em dia do aniversário da revolução de 2011

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    25/01/2015 10h31

    Pelo menos 15 pessoas morreram e 30 ficaram feridas neste domingo (25) no Egito em confrontos entre manifestantes e a polícia, no dia em que o país comemora o quarto aniversário da revolta de 2011 que tirou Hosni Mubarak do poder.

    Para marcar o quarto aniversário do levante popular, partidários do ex-presidente islamita Mohamed Mursi convocaram protestos contra o regime do atual presidente e ex-chefe do Exército, Abdel Fattah al-Sissi.

    Khaled Elfiqi/Efe
    Apoiadores do ex-presidente egípcio Mohammed Mursi protestam perto da praça Tahir
    Apoiadores do ex-presidente egípcio Mohammed Mursi protestam perto da praça Tahir, que está fechada

    No norte do Cairo, dois manifestantes islamitas morreram em confrontos com a polícia, segundo o ministério da Saúde, e seis policiais ficaram feridos por balas de chumbo —segundo autoridades de segurança.

    Um terceiro manifestante que estava armado e teria aberto fogo contra a polícia durante uma manifestação na cidade de Alexandria também foi morto, de acordo com as autoridades.

    Na capital, a praça Tahrir, epicentro da revolta de 2011, estava sendo monitorada por um forte esquema de segurança. Algumas dezenas de simpatizantes de Sissi se reuniram perto do local, levando bandeiras egípcias e gritando "viva o Egito", segundo um jornalista da AFP.

    "É o funeral da revolução", lamentou Mamdouh Hamza, figura importante do movimento de 2011 que estava perto do ato. "A situação não melhorou e nada mudou desde que Sissi assumiu o poder", criticou.

    Em todo o Cairo, onde as ruas estavam desertas e policiais armados com submetralhadoras vigiavam as principais avenidas do centro da cidade, manifestantes islamitas queimaram um posto da polícia.

    O dia 25 de janeiro de 2011 marca o início de 18 dias de manifestações massivas que obrigaram Hosni Mubarak a entregar o cargo de presidente em 11 de fevereiro.

    Sissi, eleito em maio com mais de 90% dos votos após ter destituído Mursi em julho de 2013, goza do apoio de grande parte da opinião pública, abalada por quatro anos de instabilidade polícia e de crise econômica.

    Mas ele é acusado por seus opositores de ter instaurado um regime ainda mais autoritário que o de Mubarak, reprimindo qualquer ato de oposição, tanto islamita quanto laico.

    Este sábado (24) já havia sido sangrento, marcado pela morte de uma manifestante no centro do Cairo, após confrontos com a policia durante uma rara manifestação de um movimento de esquerda que comemorava a rebelião de 2011.

    Desde a destituição de Mursi, em julho de 2013, soldados e policiais mataram mais de 1.400 manifestantes islamitas e mais de 15 mil pessoas foram presas. A ONU também denuncia as penas de morte pronunciadas em julgamentos em massa, chamados de "sem precedentes na história recente".

    Dizendo agir em represália a esta repressão, grupos jihadistas multiplicaram seus ataques contra as forças de ordem em todo o país. Na manhã deste domingo, dois policiais ficaram feridos na zona leste do Cairo na explosão de uma pequena bomba —segundo o porta-voz do ministério do Interior, Hani Abdel Latif.

    O ataque foi reivindicado pelos jihadistas do Ajnad Misr, um grupo que já havia reivindicado a explosão de uma pequena bomba na última sexta-feira, ferindo quatro policiais e um civil no mesmo bairro.

    Além disso, dois terroristas morreram na explosão de uma bomba enquanto instalavam o artefato no pé de um poste na província de Beheira, no norte, segundo Abdel Latif.

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