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    Ataque mata 10 em hotel de luxo na Líbia; EI reivindica autoria

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    27/01/2015 09h59

    Ao menos dez pessoas foram mortas e outras cinco ficaram feridas devido a um atentado terrorista na manhã desta terça-feira (27) em um hotel de luxo em Trípoli, capital da Líbia.

    O porta-voz do Escritório de Operações de Segurança do país, Isam al-Naas, informou que os mortos são três membros da segurança do hotel Corinthia, dois outros cidadãos líbios e cinco estrangeiros –um americano, um francês e três outros cujas nacionalidades eram incertas ainda.

    Segundo Naas, os dois terroristas que realizaram o ataque foram cercados pelas forças de segurança líbias no 24º andar do edifício. Eles morreram com a explosão de uma granada atirada pelos policiais.
    O hotel Corinthia é um dos poucos que ainda está em funcionamento na cidade.

    Mahmud Turkia/AFP
    Policiais líbios cercam o Hotel Corinthia após atentado, em Trípoli
    Policiais líbios cercam o Hotel Corinthia após atentado, em Trípoli

    Os homens armados haviam entrado atirando no local após terem explodido um carro-bomba em frente ao estabelecimento, o que causou a morte dos três seguranças.

    O Site, centro americano de vigilância de sites islâmicos, informou que um braço da milícia radical Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque por meio do Twitter.

    VINGANÇA

    A ação terrorista, ainda de acordo com o Site, foi uma vingança à morte, no início deste ano, em um hospital de Nova York, de Abu Anas al-Libi, jihadista líbio envolvido com os ataques simultâneos feitos em 1998 contra as embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia.

    O hotel Corinthia, fortemente vigiado, é a residência de Omar al-Hasi, líder do chamado Governo de Salvação da Líbia, uma poderosa coalizão de milícias, principalmente islâmicas, que se estabeleceu em Trípoli após expulsar o governo reconhecido pela comunidade internacional.

    Fontes de segurança confirmaram que al-Hasi estava no edifício no momento do ataque, mas que sua vida não correu perigo.

    O hotel, que já foi alvo de ataques em 2011 e em 2013, costuma hospedar as poucas missões diplomáticas que ainda permanecem na Líbia, políticos, militares rebeldes e empresários que tentam tirar proveito do caos em que se encontra o país desde a queda de Muammar Gaddafi, em outubro de 2011.

    DOIS PAÍSES

    As facções que se uniram para derrubá-lo não entraram em acordo, e atualmente o país está dividido em dois, com dois governos paralelos e dois parlamentos.

    Em Tobruk, no leste, perto da fronteira com o Egito, fica o governo basicamente laico, que é reconhecido internacionalmente.

    A oeste, em Tripoli e Misrata, outrora símbolos da resistência contra Gaddafi, vários grupos disputam o poder, apoiados por milícias islâmicas, ex-generais do Exército de Gaddafi, líderes tribais e comandantes militares ligados ao tráfico de armas, de drogas e de pessoas.

    Há algumas semanas, fontes de inteligência dos EUA e da Europa produziram documento em que advertem que células ligadas à facção Estado Islâmico haviam se estabelecido no leste da Líbia.

    O objetivo seria receber e treinar jihadistas da Tunísia, da Argélia e de outras áreas do norte da África dispostos a juntar-se ao grupo radical na Síria e no Iraque.

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