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    Músicos fazem cumbias para caso de promotor argentino morto

    FELIPE GUTIERREZ
    DE BUENOS AIRES

    27/01/2015 21h10

    O caso do promotor Alberto Nisman virou tema de canções de cumbia, um ritmo popular na Argentina.

    Nisman foi encontrado morto no banheiro de seu apartamento em 18 de janeiro, quatro dias depois de denunciar a presidente Cristina Kirchner por supostamente encobrir os responsáveis pelo ataque à Amia (Associação Mutual Israelita Argentina), que deixou 85 mortos em 1994.

    Duas músicas sobre a morte foram divulgadas no YouTube.

    Marcos Brindicci - 29.mai.2013/Reuters
    O promotor argentino Alberto Nisman, encontrado morto em 18 de janeiro
    O promotor argentino Alberto Nisman, encontrado morto em 18 de janeiro

    Uma delas é uma homenagem "à alma" de Nisman, de autoria de Mauro Lecornel, 34. "Ele foi designado a um caso de investigação, no qual se mesclam poder, dinheiro e corrupção", diz um trecho.

    Em outra parte, canta: "Misteriosamente no banheiro, morto amanheceu, e foi justamente no dia indicado da declaração", disse referindo-se ao fato de que estava previsto que Nisman comparecesse ao Congresso para detalhar sua denúncia contra a líder argentina.

    Lecornel se especializou em escrever canções sobre notícias. Começou cantando casos sobre celebridades, mas depois passou a fazer músicas sobre outras histórias —o primeiro sucesso, diz, foi sobre o chupa-cabra.

    Mas isso foi antes do YouTube. Até pouco tempo, seu vídeo mais famoso era sobre uma ocasião em que Cristina apareceu usando calças ("Ai Cristina! Com essas calças, está divina").

    Diferentemente da presidente, que já deu suas opiniões sobre a morte de Nisman, o cantor de cumbia prefere não opinar. "Não sou juiz. Sou músico, só conto o que aconteceu."

    A outra cumbia sobre o caso Nisman tem como tema o chaveiro Walter, que foi chamado para abrir a porta do apartamento onde o corpo foi encontrado.

    O autor da música é anônimo, e a letra toma partido: "A cumbia chegou para eles, a cumbia do chaveiro, que pôs fim ao relato do governo".

    O depoimento do chaveiro foi um dos fatores que fizeram a tese de suicídio parecer improvável para os argentinos.

    Inicialmente, haviam dito que a porta dos fundos do apartamento estava fechada. Mas o chaveiro que foi convocado para abri-la disse que ela não estava trancada por dentro.

    Mais tarde, a mãe de Nisman afirmou que havia duas trancas e que a segunda estava, sim, fechada com chave.

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