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    Estudantes desaparecidos estão mortos, diz Procuradoria do México

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    27/01/2015 21h46

    A Procuradoria mexicana anunciou nesta terça-feira (27) que já há a "certeza legal" de que os 43 estudantes desaparecidos em setembro no Estado de Guerrero (sul) foram assassinados por pistoleiros do narcotráfico.

    A investigação, que inclui confissões de quase uma centena de detidos e elementos materiais, nos dá "a certeza legal de que os normalistas (estudantes) foram mortos nas circunstâncias descritas", disse o procurador-geral, Jesús Murillo Karam, durante uma coletiva.

    Os depoimentos da quase centena de detidos, os elementos materiais e as perícias "nos permitiram fazer uma análise lógica causal e chegar, sem sombra de dúvidas, a concluir que os estudantes foram privados da liberdade, privados da vida, incinerados e jogados no rio San Juan, nesta ordem. É a verdade histórica", afirmou Murillo Karam.

    Até agora, a Procuradoria considerava os jovens como desaparecidos, depois que em 26 de setembro foram vítimas de um ataque a tiros de policiais da cidade de Iguala (Guerrero) e depois entregues a pistoleiros do cartel Guerreros Unidos.

    Os pais das vítimas, que na segunda-feira (26) lideraram uma marcha com milhares de pessoas na Cidade do México, se negam a acreditar na versão da justiça sobre os acontecimentos e temem que o governo pretenda encerrar o caso que chocou o México e a comunidade internacional.

    Por enquanto, os legistas só identificaram os restos mortais de um dos estudantes, e familiares mantêm as esperanças de que os outros 42 continuem vivos.

    Nesta terça-feira, encarregados da Promotoria disseram que "a confissão" do pistoleiro Felipe Rodríguez, conhecido como 'El Cepillo', um dos supostos autores da chacina, detido em 15 de janeiro, confirmou a hipótese de que os estudantes foram alvo do ataque por terem sido apontados como membros de Los Rojos, um bando rival dos Guerreros Unidos.

    Não há, porém, confirmação de que os jovens estivessem envolvidos em atividades criminosas, disse Murillo Karam.

    O procurador antecipou que foram solicitadas penas de até 140 anos de prisão para 'El Cepillo' e outros responsáveis pelo crime.

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