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    Presidente culpa rebeldes por ataque que matou 12 civis na Ucrânia

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    10/02/2015 11h26

    O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, acusou nesta terça-feira (10) os separatistas pró-Rússia de atacarem a distância Kramatorsk, na região de Donetsk, deixando pelo menos 12 mortos e 64 feridos.

    Os bombardeios atingiram uma área residencial e a sede do Estado-Maior das Forças Armadas na cidade, que era controlada pelas autoridades ucranianas desde meados de 2014. Os separatistas negam a ação, que abre uma nova frente de batalha no leste do país.

    Volodymyr Shuvayev/AFP
    Moradores de Kramatorsk, na Ucrânia, tiram foto de míssil que atingiu bairro residencial nesta terça (10)
    Moradores de Kramatorsk, na Ucrânia, tiram foto de míssil que atingiu bairro residencial nesta terça (10)

    Segundo Poroshenko, um dos projéteis que teriam sido disparados pelos rebeldes caiu sobre um aeródromo militar, provocando um incêndio que atingiu prédios e estabelecimentos comerciais. Outra bomba teria caído no centro da cidade.

    Na versão do presidente, os morteiros foram disparados desde a região de Horlivka, a 78 km de Kramatorsk. Testemunhas afirmaram à imprensa ucraniana e russa que várias bombas foram disparadas contra a cidade.

    Os separatistas negam ter feito ações na região. Por meio de um porta-voz, a autoproclamada República Popular de Donetsk disse que os rebeldes não têm condições técnicas de fazer um ataque a longa distância.

    Além do ataque em Kramatorsk, os combates continuam em Debaltseve, área dominada pelo governo que está sob assédio dos separatistas há duas semanas. Segundo os rebeldes, eles cercaram 6.000 militares ucranianos na região.

    Por outro lado, a Guarda Nacional lançou uma outra ofensiva na cidade portuária de Mariupol para tentar retirar os separatistas da região próxima ao mar de Azov, que faz fronteira com a Rússia. Segundo o Exército, ao menos sete militares morreram e 23 ficaram feridos em combate nas últimas horas.

    Volodymyr Shuvayev/AFP
    Parentes choram ao lado do corpo de uma mulher que morreu no bombardeio a Kramatorsk, na Ucrânia
    Parentes choram ao lado do corpo de uma mulher que morreu no bombardeio a Kramatorsk, na Ucrânia

    CESSAR-FOGO

    Os combates acontecem em meio a uma nova rodada de negociações entre separatistas e o governo ucraniano em Minsk, em Belarus, dias antes da cúpula entre Rússia, Ucrânia, Alemanha e França para apresentar um plano de paz.

    A rodada anterior, há dez dias, terminou sem acordo. O líder da autoproclamada República Popular de Lugansk, Igor Plotnitski, afirma que os separatistas não farão concessões para traçar uma linha de separação das forças.

    "Dificilmente deixaremos a linha em que estamos agora. Nosso princípio é que não daremos nenhum passo atrás. Não vamos ceder àquilo que pagamos com nosso sangue."

    Para o governo ucraniano, a exigência é inadmissível, embora o vice-chefe de gabinete da Presidência ucraniana, Valeri Chali, tenha defendido que se busque uma solução final para o conflito.

    Diante do impasse, as autoridades de Kiev aumentaram seus pedidos por ajuda militar. Embora o presidente dos EUA, Barack Obama, tenha dito que avalia o envio de armas ao Exército ucraniano, a maioria dos países europeus descartou.

    Nesta terça, foi a vez da Polônia se declarar contra a medida. Antes, Alemanha, Reino Unido e França haviam se pronunciado contra o fornecimento de armamento aos ucranianos.

    A preocupação é que, com a entrega das armas, a Rússia se envolva mais no conflito. Nesta semana, cerca de 2.600 soldados do país vão fazer exercícios militares perto da fronteira com a Ucrânia e na Crimeia, região ucraniana anexada ao território russo.

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