A liberdade de imprensa registrou uma "regressão brutal" no mundo em 2014, principalmente pela ação de grupos islamitas radicais, como a milícia Estado Islâmico e o Boko Haram.
A conclusão está em relatório de classificação anual da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
"2014 foi o ano de uma regressão brutal para a liberdade de informação. Dois terços dos 180 países [presentes no ranking] tiveram resultados piores que na edição anterior", afirmou Christophe Deloire, secretário-geral da RSF.
"Do Boko Haram ao grupo Estado Islâmico, passando pelos narcotraficantes latinos ou pela máfia siciliana, as motivações mudam, mas o 'modus operandi' é o mesmo: provocar silêncio por meio do medo ou de represálias", destaca a ONG.
FINLÂNDIA E BRASIL
Pelo quinto ano seguido, a Finlândia ocupa o primeiro lugar no ranking, seguida por Noruega e Dinamarca.
O Brasil está na 99ª posição e é um dos países citados pela RSF pela violência contra os repórteres e os webcidadãos que cobriram as manifestações de 2014.
Apesar da colocação, o país subiu 12 posições em relação a 2013 (era o 111º). Uma das razões da melhora, segundo a RSF, é a maior proteção on-line aos direitos civis.
Para a organização, a segurança dos jornalistas e a concentração dos meios de comunicação em poucas mãos continuam a ser os maiores problemas do país.
Entre os países latino-americanos, o relatório destaca que o México (148º) teve um ano extremamente violento.
A Síria, país considerado pela ONG como o mais perigoso do mundo para os jornalistas, permanece na 177ª posição, atrás da China (176ª), mas à frente de Turcomenistão (178ª), Coreia do Norte (179ª) e Eritreia (180ª).
A classificação é baseada em sete indicadores: nível dos abusos contra a liberdade de imprensa, pluralismo, independência dos meios de comunicação, o ambiente e a autocensura, o marco legal, a transparência e as infraestruturas.