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    Metrô de Madri instrui funcionários a vigiar gays com atenção

    ASHIFA KASSAM
    DO "GUARDIAN", EM MADRI

    20/02/2015 02h00

    As autoridades do metrô de Madri iniciaram investigações sobre um memorando interno para o pessoal da organização que classificava os gays como um grupo problemático que requeria vigilância adicional.

    O memorando menciona diversas estações do sistema de metrô e detalha os grupos que os funcionários devem verificar para garantir que têm bilhetes de metrô válidos.

    Na linha 2, nas estações de Sol e Las Rosas, os trabalhadores são aconselhados a vigiar com mais atenção "músicos, pedintes e gays".

    O memorando foi recebido com espanto por muitos funcionários, que o viram como discriminação, disse Teodoro Piñuelas, da união sindical UGT, que representa os metroviários.

    A central sindical chamou a atenção das autoridades para o texto.

    "Não compreendo por que o texto presumiria que homossexuais não paguem por seus bilhetes e precisem ser vigiados. Por que não os altos, ou os loiros, ou as pessoas de óculos?", disse Piñuelas ao jornal "El País".

    Depois que o memorando vazou para diversos veículos noticiosos na quarta-feira (18), o diretor-executivo do metrô foi um dos primeiros a reagir.

    "Abrimos investigação para descobrir o responsável pelo infeliz memorando", escreveu Ignacio González Velayos no Twitter.

    Pouco tempo depois, a conta oficial do metrô de Madri no Twitter postou uma condenação ao texto.

    Nesta quinta-feira (19), a Colega, uma organização LGBT de Madri, anunciou que havia encaminhado o memorando ao promotor público encarregado da investigação de crimes de ódio.

    "Isso é humilhante e discriminatório", o grupo afirmou em comunicado. "É uma clara discriminação e assédio relacionado à orientação sexual."

    Outro grupo LGBT, o Arcópoli, anunciou que planejava se reunir com o comando do metrô na segunda para exigir explicações e instou a organização a lançar uma campanha antidiscriminação.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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