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    Juiz argentino rejeita denúncia de promotor contra Cristina Kirchner

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    26/02/2015 12h54

    O juiz federal Daniel Rafecas rejeitou nesta quinta-feira (26) a denúncia apresentada perante à Justiça pelo promotor Alberto Nisman, encontrado morto em 18 de janeiro, contra a presidente Cristina Kirchner, o chanceler Héctor Timerman e outros funcionários e autoridades kirchneristas, informou o sistema judicial em um comunicado.

    Nisman havia pedido autorização para realizar uma investigação penal formal contra eles com a alegação de que teriam encoberto oito iranianos acusados pelo ataque à entidade judaica Amia, que deixou 85 mortos em 1994, em troca de um aumento do comércio entre o Irã e a Argentina. Teerã repetidamente rejeitou seu envolvimento no atentado.

    A denúncia foi apresentada em 14 de janeiro, quatro dias antes da morte de Nisman em circunstâncias misteriosas.

    Em 13 de fevereiro, o caso foi reavivado pelo promotor Gerardo Pollicita, que formalizou a acusação contra a presidente, o chanceler e aliados políticos no inquérito em que Nisman trabalhava.

    Editoria de Arte/Folhapress
    CRONOLOGIA DO CASO NISMAN Eventos que levaram à morte do promotor

    Pesquisas mostram que muitos argentinos suspeitam que as autoridades tenham alguma responsabilidade na morte, embora Cristina e seus assessores tenham sugerido que o incidente na verdade teve o objetivo de desestabilizar seu governo.

    O juiz Rafecas decidiu que "descontinuaria" o caso afirmando que os documentos originalmente apresentados por Nisman falharam em ter "as mínimas condições necessárias para permitir uma investigação judicial formal".

    "Não há nenhum elemento de evidência, mesmo circunstancial, que aponte para a atual chefe de Estado", disse o juiz.

    Rafecas também rejeitou a teoria de que o acordo tinha relação com um pacto entre os dois países para investigar em conjunto o atentado. Segundo o juiz, o acordo nunca entrou em vigor.

    A morte de Nisman desatou uma crise política e a reformulação da agência de espionagem do país.

    Na semana passada, dezenas de milhares de argentinos marcharam pela capital reivindicando respostas um mês depois de Nisman ter sido encontrado em seu banheiro com uma bala na cabeça.

    Os investigadores tentam determinar se Nisman foi morto ou se cometeu suicídio.

    Inicialmente, a presidente sugeriu que o promotor de 51 anos se matou, mas dias depois recuou dizendo que suspeitava que ele havia sido morto.

    Ela sugeriu que ele poderia ter sido manipulado por agentes de inteligência descontentes e pressionou pela aprovação de uma lei para reformar o serviço de espionagem imediatamente após a morte de Nisman.

    O Congresso deu a aprovação final à medida na manhã desta quinta-feira.

    Apesar de Pollicita poder apelar da decisão, as palavras do juiz parecem corroborar a insistência do governo de que o caso de Nisman não tinha embasamento, embora sua morte projete uma sombra sobre o governo.

    Também nesta quinta, Cristina reformulou seu gabinete, substituindo três ministros por assessores próximos.

    Sob a Constituição, Cristina, que cumpre seu segundo mandato, não poderá concorrer a um terceiro mandato nas eleições gerais de outubro.

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