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    Mulher é condenada a 6 anos de prisão em Hong Kong por torturar doméstica

    DA FRANCE PRESSE

    27/02/2015 09h03

    Foi condenada a seis anos de prisão nesta sexta (27) uma mãe de família de Hong Kong que agrediu e torturou sua empregada doméstica, que tinha nacionalidade indonésia.

    Law Wan-tun, 44, "não deu mostra de qualquer compaixão" com Erwiana Sulistyaningsih, 24, nem com seus outros empregados, anunciou a juíza Amanda Woodcock ao divulgar a sentença.

    Erwiana contou em uma audiência em dezembro que recebia apenas pequenas porções de arroz e pão como refeição e que dormia somente quatro horas por dia. Ela também era agredida com cabides e vassouras pela patroa e chegou a perder a consciência em uma dessas ocasiões.

    Anthony Wallace/AFP
    Manifestantes fazem ato em apoio a Erwiana Sulistyaningsih, 24, torturada pela patroa em Hong Kong
    Manifestantes fazem ato em apoio a Erwiana Sulistyaningsih, 24, torturada pela patroa em Hong Kong

    Além disso, Erwiana era impedida de sair de casa e não recebeu todos os salários devidos.

    POSTURA FREQUENTE

    Para Woodcock, o comportamento de Law, que tem dois filhos, infelizmente ainda é frequente na região chinesa, mas "poderia ser evitado se as empregadas não fossem obrigadas a viver na casa dos patrões".

    A juíza pediu às autoridades a abertura de uma investigação sobre as condições de trabalho das empregadas domésticas estrangeiras. Muitas delas viajam a Hong Kong por meio de agências, que deduzem grandes quantias de seus salários.

    Erwiana conseguiu fugir da casa em que trabalhava em janeiro de 2014, após oito meses de abusos. Ela foi internada em estado grave em Sragen, na ilha indonésia de Java.

    O caso, de repercussão internacional, virou uma questão diplomática quando o ex-presidente indonésio Susilo Bambang Yudhoyono recebeu Erwiana e prometeu justiça para o caso.

    Os maus-tratos contra empregadas não são raros em Hong Kong, e já houve muitas denúncias de abusos físicos e psicológicos. A maioria das quase 300 mil domésticas do país tem nacionalidade filipina e indonésia.

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