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    Plano de Pequim visa conter EUA e melhorar relações externas

    MARCELO NINIO
    DE PEQUIM

    01/03/2015 02h00

    A Nova Rota da Seda tem vários propósitos, que combinam interesses domésticos e externos da China, afirma o especialista em assuntos chineses David Kelly.

    O principal deles é conter a Parceria Trans-Pacífico (TPP, na sigla em inglês), acordo de livre-comércio que os EUA negociam com 11 países sem incluir a China.

    No plano doméstico, Pequim tem o interesse de colocar o empobrecido oeste do país no mapa do desenvolvimento e também de exportar produção e expertise.

    De quebra, tenta usar seu poder econômico para melhorar relações com vizinhos. Muitos têm disputas territoriais com a China e quase todos sentem-se ameaçados com a ascensão do país. "A China precisa desesperadamente de amigos", diz Kelly.

    A ofensiva de charme chinesa movida a gordos investimentos é ainda mais clara na versão marítima do plano, dada a tensão provocada por disputas territoriais com vários países no mar do Sul da China. Pequim planeja investir bilhões em portos ao longo do que chama de Rota da Seda Marítima do Século 21.

    O percurso começa na província de Fujian, sudeste da China, e passa pelo Sul da Ásia, África e Oriente Médio até chegar a Veneza.

    Enquanto o TPP, negociado há cinco anos, continua travado em desentendimentos agrícolas com o Japão, a Nova Rota da Seda começa a levantar voo. No próximo mês, a China deve assinar acordos de investimento com o Cazaquistão e o Paquistão.

    É só o começo de um projeto que no futuro, especulam analistas, poderia levar a corte de tarifas e à criação de um espaço econômico comum da Eurásia, cobrindo 60% da população mundial.

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