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    Vázquez assume presidência do Uruguai com a presença de Dilma e Raúl Castro

    MARIANA CARNEIRO
    ENVIADA ESPECIAL A MONTEVIDÉU

    01/03/2015 14h08

    Em uma cerimônia com menos chefes de Estado do que o esperado, Tabaré Vázquez tomou posse neste domingo (1º) da presidência do Uruguai, substituindo José Pepe Mujica.

    O esperado duelo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e do vice dos EUA, Joe Biden, não ocorreu. Maduro cancelou a ida ao Uruguai na véspera e Biden informou na sexta (27) que não poderia ir devido a um resfriado.

    Pablo Porciuncula/AFP
    José Mujica (à esq.) e Tabaré Vázquez durante a cerimônia de posse do novo presidente uruguaio
    José Mujica (à esq.) e Tabaré Vázquez durante a cerimônia de posse do novo presidente uruguaio

    Evo Morales, presidente muito ligado a Mujica, esteve no Uruguai na quinta (26) e não retornou para a posse de Tabaré. Cristina Kirchner, da Argentina, mandou o vice, Amado Boudou.

    Ficou para Dilma Rousseff, Michele Bachelet (Chile), Rafael Correa (Equador) e Raúl Castro (Cuba) o papel de convidados famosos de Tabaré.

    Após o juramento do novo presidente, no Congresso, Dilma e Tabaré conversaram por cerca de meia hora, antes de a presidente seguir para o Rio de Janeiro. Dilma foi embora antes do evento público na Praça Independência.

    Tabaré disse que os dois não conversaram sobre Venezuela, mas a crise política do país governado por Maduro esteve na atenção dos políticos e das pessoas que estiveram na cerimônia de posse.

    Pela manhã, Tabaré Vázquez deu entrevista à imprensa local ao sair de sua casa. Disse que a situação na Venezuela é preocupante e que espera uma solução pacífica.

    "Queremos uma solução pacífica em qualquer situação. Nem de uma parte nem de outra, a violência pode estar presente", disse.

    Na praça, segurando um cartão feito à mão, Estela Bon, 56, protestava contra Maduro.

    "As pessoas não podem se manifestar contra o governo. Eu vivi isso na ditadura, nos mataram, nos calaram, eu não quero mais isso", disse ela.

    A poucos metros, Angela Perez, militante do partido Frente Ampla, de Tabaré e de Mujica, segurava uma bandeira da Venezuela. Para ela, o país está sofrendo "um golpe branco" por influência de países que não querem que a América Latina se desenvolva.

    MUJICA E OS CARROS

    O agora ex-presidente, Pepe Mujica, foi muito aplaudido quando apareceu, ao lado da mulher Lúcia Topolansky. Ele passou a faixa a Tabaré com um forte abraço e tapinhas nas costas.

    De óculos escuros, ele deixou a praça Independência a bordo do famoso fusca azul celeste, dirigido por um motorista, com a esposa no banco de trás. Os bastidores dos últimos momentos de Mujica no poder foram acompanhados pelo cineasta Emir Kusturica, que prepara um documentário sobre Pepe.

    A chegada de Tabaré não foi menos simbólica. Ele percorreu o trajeto entre o Congresso e a praça Independência na carroceria de uma caminhonete Ford de 1951, seu primeiro carro, comprado quando se tornou médico.

    Uma multidão acompanhou a cerimônia que se estendia pela avenida 18 de julho. Estava separada por grades e ficou a cerca de 50 metros do palco das autoridades.

    O casal Juan Pablo Gallarza e Monserat Rodriguez, que moram em um edifício na praça Independência, dizem que o povo ficou mais perto na posse de Mujica. "Tabaré é completamente diferente de Mujica, aí já se pode ver", afirmou Juan Pablo.

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