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    EUA temem que fala de premiê de Israel vire disputa política

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    01/03/2015 22h22

    O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse neste domingo (1º) que espera que o polêmico discurso do premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, ao Congresso dos EUA não se transforme em "disputa política".

    Apesar disso, Kerry disse que Netanyahu, que chegou aos EUA neste domingo e falará na terça-feira (3), é bem-vindo para discursar no país.

    O convite do Congresso ao líder israelense irritou a Casa Branca, porque será um apelo aos congressistas dos EUA contra as negociações que vêm sendo conduzidas pelo país com o Irã sobre o seu programa nuclear.

    O chamado grupo P5+1, formado por Estados Unidos, China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha, tenta concluir um acordo com o Irã que visa impedir o desenvolvimento de armas nucleares pelo país.

    Os negociadores já explicaram que o possível acordo deve permitir que o Irã continue enriquecendo urânio, ainda que apenas em níveis compatíveis com a geração de energia.

    Netanyahu discorda da concessão e advoga a eliminação completa da capacidade nuclear iraniana, medida rejeitada por Teerã.

    Em relação às negociações, Kerry disse, em entrevista a uma TV americana, que os EUA merecem o "benefício da dúvida" acerca de seus esforços para alcançar um acordo nuclear com o Irã.

    O objetivo é evitar a necessidade de uma ação militar para conter as ambições atômicas de Teerã.

    O discurso de Netanyahu contrário ao acordo é fruto de um convite feito pelo presidente da Câmara dos Deputados, o republicano John Boehner, e ocorre em meio a uma acirrada disputa nas eleições israelenses, marcadas para o dia 17 deste mês.

    Segundo analistas, o discurso pretende atrair mais eleitores de direita para o Likud, partido do premiê.

    No começo da semana passada, a assessora de Segurança Nacional dos EUA, Susan Rice, disse que a decisão de Netanyahu de aceitar o convite dos congressistas republicanos para ir a Washington "injetou um grau de partidarismo que é não só infeliz como destrutivo para as relações" entre os dois países.

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