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    Estado Islâmico destrói outra cidade milenar no Iraque

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    07/03/2015 13h44 Erramos: o texto foi alterado

    Militantes da facção Estado Islâmico (EI) saquearam e danificaram a cidade antiga de Hatra, no noroeste do país, disse neste sábado (7) o Ministério do Turismo e de Antiguidades iraquiano.

    As informações foram transmitidas ao ministério por seus funcionários em Mossul, no norte do Iraque, a maior cidade sob controle da facção islâmica.

    O antigo sítio arqueológico de 2.000 anos, localizado a 110 km a sudoeste de Mossul, é patrimônio da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) desde 1987.

    Hatra foi uma grande cidade fortificada durante o Império Parta (247 a.C.-224 d.C.) e capital do primeiro reino árabe. Acredita-se que o antigo centro comercial resistiu a invasões romanas nos anos 116 e 198 graças a muros espessos reforçados por torres.

    Na quinta, a milícia saqueou artefatos de Nimrud, usando escavadeiras e tratores para destruir as ruínas históricas da cidade assíria, fundada no século 13 a.C.

    Para a Unesco, as ações nesse sítio arqueológico foram um "ato de limpeza cultural que equivale a um crime de guerra".

    Saeed Mamuzini, porta-voz em Mossul do Partido Democrático do Curdistão, disse às agências de notícias Associated Press e à Reuters que os militantes começaram a retirar artefatos de Hatra na quinta-feira (5) e iniciaram sua destruição no sábado. Sehundo Mamuzini, os militantes usam explosivos e escavadeiras para destruir o local.

    Apesar de o ministério ainda não ter recebido quaisquer fotos que confirmem a destruição de Hatra, um morador afirmou à Reuters que ouviu uma explosão no sábado. Segundo ele, testemunhas viram os militantes destruindo grandes prédios da cidade.

    Há uma semana, os combatentes divulgaram um vídeo em que apareciam esmagando estátuas e gravuras em um museu de Mossul, que abriga inestimáveis artefatos assírios e helenísticos de 3.000 anos de idade.

    O Estado Islâmico, que governa um autoproclamado califado em partes da Síria e do Iraque, promove uma interpretação amplamente purista do islamismo sunita que se inspira nos primórdios da história islâmica.

    A facção rejeita santuários religiosos de qualquer tipo e classifica a maioria xiita iraquiana de herege.

    Para o Ministério do Turismo e de Antiguidades do Iraque, a falta de uma dura resposta internacional às ações do EI contra locais históricos encorajou a milícia a manter sua campanha.

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