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    Obama diz que mortes de negros mostram que racismo resiste nos EUA

    DE SÃO PAULO
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    07/03/2015 18h42

    O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse neste sábado (7) que as mortes de cidadãos negros desarmados por policiais no país são um exemplo de que o racismo ainda resiste no país, embora de forma mais isolada.

    Em evento que lembra dos 50 anos da marcha de Selma, no Estado do Alabama, Obama citou as mortes de Michael Brown, 18, em Ferguson, de Eric Garner, 43, em Nova York, e de um menino de 12 anos em Cleveland como exemplo dessa mentalidade.

    Apesar disso, ele criticou a visão de que as relações entre brancos e negros não tenham melhorado desde o confronto entre negros e a polícia em 1965, apesar da sequência de manifestações contra a violência policial contra afro-americanos.

    "O que aconteceu em Ferguson pode não ser único, mas não é mais endêmico. [Protestar] Não é mais punido pela lei ou pelos costumes, e, antes do movimento pelos direitos civis, com certeza era".

    Obama rejeitou a noção de que o racismo tenha sido derrotado, em referência ao documento do Departamento de Justiça que aponta discriminação racial feita por policiais do Departamento de Ferguson, cidade onde Michael Brown foi morto.

    "Não precisamos do documento sobre Ferguson para dizer que isso não é verdade. Nós precisamos apenas abrir nossos olhos, nossos ouvidos e nossos corações para saber que a história racial deste país ainda faz uma grande sombra sobre nós".

    SELMA

    O discurso de Obama aconteceu ao lado da ponte Edmund Pettus, que cruza o rio Alabama, onde, em 1965, entre 500 e 500 negros que reivindicavam o direito ao voto foram impedidos de seguir a Montgomery por policiais estaduais e do condado.

    As forças de segurança atacaram violentamente os manifestantes, deixando muitos feridos e ensanguentados, motivo pelo qual o dia da repressão ficou conhecido como "Domingo Sangrento".

    Dois dias depois, cerca de 2.500 pessoas voltaram à ponte Edmund Pettus, sob o comando de Martin Luther King, em novo protesto, mas pararam no local, respeitando uma decisão judicial que impedia que os manifestantes fossem até Montgomery.

    Na terceira marcha, os ativistas finalmente conseguiram cruzar a ponte e chegar a Montgomery. Em protesto com 25 mil pessoas, chegaram à Assembleia Legislativa e entregaram o projeto que retirava a restrição de votos para o então governador do Alabama George Wallace.

    Meses depois, o Congresso americano aprovou o Ato de Direitos de Voto, que foi sancionado pelo presidente Lyndon Johnson em agosto, eliminando as barreiras legais existentes nos Estados e nos condados para o exercício do voto pelos negros.

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