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    Hillary reconhece que deveria ter usado conta de e-mail do governo

    RAUL JUSTE LORES
    DE WASHINGTON

    10/03/2015 17h15 - Atualizado às 17h24

    A ex-secretária de Estado americana Hillary Clinton admitiu que teria sido "melhor" e "mais inteligente" ter mantido uma segunda conta de e-mail enquanto esteve no Departamento de Estado (2009-2013).

    Foi assim que Hillary, ex-primeira-dama e senadora, e atual favorita a ser a candidata democrata à sucessão do presidente Barack Obama, tentou acabar com a polêmica que envolve o uso exclusivo de uma conta pessoal de e-mail em um servidor próprio durante seu mandato.

    Ela disse que em vez de andar com dois smartphones, ela preferiu deixar tudo em seu celular pessoal e a manter a conta em um servidor criado para o seu marido, o ex-presidente Bill Clinton, "por ser mais conveniente".

    Em coletiva nesta terça (10), na sede da ONU, em Nova York, logo após participar de um evento sobre direitos das mulheres, ela revelou que metade dos 60 mil e-mails desse período, de quatro anos, foram entregues ao Departamento de Estado, totalizando cerca de 50 mil páginas, em dezembro passado, depois de solicitação do governo pela obrigação de se manter o arquivo de seu período.

    Segundo o Departamento de Estado, os e-mails estarão acessíveis ao público "em alguns meses", depois de uma revisão cuidadosa.

    Hillary se defendeu dizendo que seguiu todas as regras e que cabe ao servidor federal decidir o que é de trabalho ou público. Segundo ela, uma boa parte dos e-mails se referia aos preparativos do casamento de sua filha, Chelsea, à morte de sua mãe e até "sua rotina de ioga".

    Também disse que John Kerry, o atual secretário de Estado, é o primeiro a usar principalmente um endereço eletrônico do Departamento, o state.gov

    Antecessores como Colin Powell e Condoleezza Rice usavam principalmente emails pessoais.

    Um dos favoritos para ser o candidato republicano à sucessão de Obama, Jeb Bush, filho e irmão de ex-presidentes, que foi governador da Flórida, adiantou-se à polêmica e entregou no início do ano 250 mil e-mails dos oito anos em que foi governador, igualmente em um servidor próprio, o jeb.org, que ainda utiliza.

    Em dúvida sobre a velocidade de sua equipe em responder a controvérsias, Hillary levou quase duas semanas para vir a público e responder os porquês de sua decisão de manter um único e-mail pessoal.

    Questionada se a polêmica mudaria sua decisão de sair candidata à Presidência, ela se limitou a responder que "o público americano vai saber avaliar" o seu trabalho.

    Para diversos analistas políticos, a polêmica tem alcance limitado por enquanto, mas deve ser usada pela oposição republicana na campanha do ano que vem, sublinhando que Hillary não é "transparente" e que os Clintons acham "que os regulamentos para todos não se aplicam a eles".

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