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    Unasul alertou a venezuelanos que não seria admissível ruptura democrática

    DE SÃO PAULO

    10/03/2015 18h14

    Em comunicado divulgado nesta terça-feira (10) sobre a visita da comissão de chanceleres da Unasul à Venezuela, o Itamaraty disse que o grupo informou a representantes do governo e da oposição que serão inadmissíveis ações que quebrem a "normalidade institucional democrática" no país.

    A mensagem é um recado tanto para opositores, acusados pelo presidente Nicolás Maduro de planejar um golpe contra ele, quanto para o governo, que poderia usar o clima de instabilidade no país para adiar as eleições legislativas previstas para o segundo semestre.

    "Em todos esses encontros [com governo e oposição], a comissão deixou claro que não são admissíveis soluções que signifiquem ruptura da normalidade institucional democrática", diz o texto.

    Na última sexta (6), a comissão formada pelos chanceleres Mauro Vieira (Brasil), María Ángela Holguín (Colômbia) e Ricardo Patiño (Equador), além do secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, se reuniu, em Caracas, com Maduro e a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, e com representantes dos partidos de oposição que integram a Mesa de Unidade Democrática (MUD).

    O texto diz ainda que a situação dos opositores detidos, entre eles o ex-prefeito de Chacao, Leopoldo López, e o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, foi "tratada tanto com a oposição como com o governo". Não fica claro, contudo, em que termos as controversas prisões foram tratadas pela Unasul.

    "As autoridades judiciais venezuelanas prestaram esclarecimentos sobre os procedimentos jurídicos em curso em relação aos detidos", limita-se a dizer a nota.

    ELEIÇÕES

    Segundo o comunicado, a missão recebeu "garantias" de Maduro e do Conselho Nacional Eleitoral de que as eleições legislativas serão convocadas "em breve". "O CNE indicou que deverá fixar o calendário eleitoral no correr das próximas semanas", diz o texto.

    No último fim de semana, a Unasul tinha divulgado, em nota, que as eleições no país ocorreriam em setembro. Na segunda (9), Samper se desculpou pelo bloco ter determinado a data e disse que a escolha seria feita pelas autoridades locais.

    "Houve consenso quanto à opção eleitoral como caminho para o equacionamento das atuais diferenças políticas", diz o texto, que anunciou ainda o envio de uma "missão de acompanhamento do processo eleitoral, já a partir de seus estágios iniciais".

    De acordo com a nota, o CNE informou ao grupo que organizará as chamadas eleições prévias, para a definição de candidatos dentro dos diferentes partidos, tanto para a MUD, em 17 de maio, como para o governista Partido Socialista Unido da Venezuela, em 28 de junho.

    "Ficou acertado, ainda, que a comissão de chanceleres dará seguimento a seus esforços de promoção do diálogo por meio de novas visitas ao país para encontros com representantes do governo, dos partidos de oposição reunidos na MUD e de setores representativos da sociedade civil venezuelana", diz o texto.

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