Casos como o desaparecimento do Boeing 777, da Malaysia Airlines, que há um ano sumiu dos radares após decolar de Kuala Lumpur com 239 passageiros, estão com os dias contados, segundo o especialista em segurança de voo Ronaldo Jenkins.
O diretor de segurança e operações de voo da Abear (Associação Brasileira de Empresas Aéreas) afirmou que um novo equipamento "vai permitir que aeronaves sejam rastreadas 100% do tempo pelos satélites".
Atualmente, o monitoramento é feito por radares, que possuem pontos cegos e dependem de que os pilotos reportem sua posição. De acordo com Jenkins, o equipamento necessita de um protocolo internacional para sua regulamentação, o que depende dos resultados de testes. A expectativa é de que todos os aviões de grande porte o utilizem até 2022. Aeronaves menores deverão ter uma versão adaptada.
J.K. Jagdev/AFP | ||
Artista indiano faz escultura na areia em homenagem às vítimas do voo MH370, da Malaysia Airlines |
Se autorizado, o ADS-B (vigilância automática de transmissão dependente, na sigla em inglês) substituirá o monitoramento de radar pelo GPS. A tecnologia permitirá uma visão geral do terreno, das condições meteorológicas e do acompanhamento das aeronaves durante todo o trajeto do voo.
A mudança demora para ser feita porque esse tipo de monitoramento em aviões custa caro para as empresas.
No entanto, Jenkins considera que a segurança operacional é só "a ponta do iceberg". Na base, estão questões pouco evidentes, como infraestrutura e treinamento, o qual passou por mudanças recentes.
Para o diretor, o avanço tecnológico desde a Segunda Guerra Mundial afetou a prática na cabine de comando, deixando o voo automatizado. Mas em situações em que o sistema falha e o piloto precisa assumir o comando, como na queda do avião da Air France em 2009, "ficou comprovado que faltava habilidade para contornar um problema".
Para evitar esses riscos, todo o treinamento do piloto voltou a ser feito manualmente a partir de 2010.