O jornalista e ativista pró-democracia do Zimbábue Itai Dzamara, 36, foi capturado na manhã de segunda-feira (9) por homens armados na capital Harare. A família suspeita que ele tenha sido capturado por homens do regime do ditador Robert Mugabe.

Segundo a ONG Advogados do Zimbábue para os Direitos Humanos, a captura ocorreu quando Dzamara estava no barbeiro no bairro de Glenview. Homens armados retiraram o ativista do salão e o levaram em uma camionete cabine dupla sem placas.

Desde a captura, o telefone dele permanece desligado e ainda não foi feito nenhum contato com sua família. Diante da falta de notícia, a mulher de Dzamara, Sheffra, prestou ocorrência do desaparecimento à polícia na última terça (10).

Em entrevista à rádio Voice of America, Sheffra Dzamara acusou agentes do governo de capturarem seu marido. "Eu sei que ele estava sendo seguido pelo serviço de inteligência. Foram eles que o sequestraram", disse.

Dois dias após o desaparecimento, dezenas de pessoas protestaram pedindo a libertação do opositor, mas foram reprimidos pela polícia. Nesta quinta (12), a polícia cercou a sede do principal partido de oposição do país para evitar novos protestos.

Dzamara é opositor ao regime de Robert Mugabe, um dos mais longevos da África, e foi um dos comandantes dos protestos contra o ditador no ano passado. Se confirmada, esta é a segunda vez em que ele é capturado pelos policiais.

Em dezembro, ele foi sequestrado por partidários de Mugabe junto com outros dois opositores e torturado pelos aliados do regime antes de ser entregue à polícia. Desde outubro, Dzamara foi preso duas vezes e solto horas depois sem acusações definidas.