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    Em ato contra a censura, organização libera sites bloqueados em 11 países

    DA EFE

    12/03/2015 17h13

    Dez meios de comunicação digitais, bloqueados pelas autoridades em 11 países como Cuba, China e Rússia, estão acessíveis a partir desta quinta-feira (12) graças a uma ação da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) para comemorar o dia internacional contra a censura cibernética.

    Por meio de um sistema de réplica dos endereços de internet, a organização conseguiu que essas páginas, censuradas pelos governos desses países, sejam acessíveis aos internautas.

    A campanha "Liberdade Colateral" pôs à disposição dos usuários de Cuba, China, Rússia, Irã, Vietnã, Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Bahrein, dez sites que até o momento estavam vetados pelas autoridades.

    Benoit Tessier - 3.mai.2013/Reuters
    Ativistas da RSF colam pôsteres em Paris denunciando líderes "inimigos" da liberdade de imprensa
    Ativistas da RSF colam pôsteres em Paris denunciando líderes "inimigos" da liberdade de imprensa

    SITES DESBLOQUEADOS

    Os cubanos poderão consultar a página da agência independente "Hablemos Press", que graças seus correspondentes no país pôde denunciar "as violações dos direitos humanos" cometidas pelo regime, o que levou à sua censura em 2011.

    Durante algum tempo, a edição digital do jornal espanhol "El País" também estará aberta na China, onde foi censurada após a publicação, em janeiro de 2014, de um relatório que revelava as contas em paraísos fiscais de funcionários próximos ao presidente, Xi Jinping.

    A RSF também desbloqueou nesse país as páginas do "Mingjing News", referência do exílio chinês, e do tibetano "The Tibet Post", defensor da independência desta região.

    O site "Grani.ru", bloqueado na Rússia por conta da nova lei de mídia, após sua cobertura da crise ucraniana, também será desbloqueado.

    O mesmo acontecerá com o portal da agência de notícias em russo "Ferghana", que voltará ao ar no Cazaquistão, no Uzbequistão e no Turcomenistão, países onde é censurado por conta da independência de suas informações.

    Inacessível no Vietnã desde 2009, foi desbloqueado o "Dan Lam Bao", site em que internautas do país compartilham opiniões.

    Os iranianos, por sua vez, poderão acessar pela primeira vez desde o ano 2000 o site "Gooya News", um portal que divulga notícias da oposição e do regime, mas que é proibido no interior do país pelas autoridades.

    Esse é o mesmo caso do "Gulf Center for Human Rights", organização de defesa da liberdade de expressão na região e cujo acesso a RSF permitirá nos Emirados Árabes Unidos, onde foi bloqueada em janeiro deste ano.

    Criado no Bahrein em 2011, durante a Primavera Árabe, o "Barein Mirror" foi censurado um mês após sua criação e será reaberto no país e na Arábia Saudita.

    'SITES EPELHOS'

    A RSF destacou que para reabrir estes sites criará réplicas dos sites abrigadas em grandes servidores, como Amazon, Google e Microsoft. O eventual bloqueio desses servidores provocaria graves prejuízos econômicos às empresas dos países afetados.

    "O custo do bloqueio destes 'sites espelhos' seria econômica e politicamente muito elevado para estes países inimigos de internet", afirmou a RSF, que manterá as réplicas em funcionamento durante vários meses.

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