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    Irã é o país que proporcionalmente mais executa pessoas, diz ONU

    DA EFE

    16/03/2015 11h26

    O Irã executa mais indivíduos – em proporção com o tamanho de sua população – do que qualquer outro país no mundo, a grande maioria por delitos relacionados a drogas, disse nesta segunda-feira (16) o relator especial das Nações Unidas para o país, Ahmed Shaheed.

    O relator apresentou hoje ao Conselho de Direitos Humanos um relatório sobre a situação no Irã. Na avaliação, Shaheed sustenta que a situação dos direitos humanos, em geral, se deteriorou, e que o Irã tem "mais jornalistas detidos do que qualquer outro país", presos acusados de fazer propaganda contra o regime iraniano ou de ofender os dirigentes do país.

    O governo iraniano argumenta que não detém jornalistas, advogados ou defensores dos direitos humanos por seu ativismo, mas por atividades que possam ameaçar a segurança do país, explicou o relator em entrevista coletiva.

    Arash Khamooshi - 15.abr.2014/AFP
    Mulher dá tapa em homem condenado à morte no Irã; logo depois, ela o perdoou
    Mulher dá tapa em homem condenado à morte no Irã; logo depois, ela o perdoou

    Mais da metade das penas de morte aplicadas são por casos de tráfico de drogas sem homicídio. Se há uma morte envolvida, o número de executados por tráfico de drogas representa entre 70% e 80% do total, disse Shaheed.

    O relator reconheceu que o Irã enfrenta a desafios particulares relacionados com sua proximidade geográfica a importantes centros de exportação de drogas, mas também enfatizou que não há nenhuma prova que indique que a execução dos prisioneiros tenha um efeito dissuasório.

    Sobre as execuções por motivações políticas, o analista da ONU mencionou o caso de uma pessoa que recebeu uma doação dos Estados Unidos para um canal de televisão, que o governo iraniano considerava uma "organização inimiga", e que foi executado no ano passado.

    Shaheed afirmou que as perspectivas inclusive pioram, com propostas legislativas de endurecimento da lei em estudo no parlamento iraniano.

    Uma das leis discutida agravaria a discriminação que as mulheres sofrem, enquanto outra reforçaria o controle governamental sobre as organizações da sociedade civil e partidos políticos.

    A chegada ao poder no Irã, o presidente Hassan Rohani gerou esperanças de uma melhora das liberdades no país, mas Shaeed afirmou que isto não ocorreu.

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