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    Eleições em Israel começam com grande comparecimento às urnas

    DIOGO BERCITO
    ENVIADO ESPECIAL A TEL AVIV

    17/03/2015 04h38

    Israelenses compareciam em grandes números na manhã desta terça-feira (17) para votar nas eleições que decidirão, nas próximas semanas, quem será o premiê do país.

    às 16h locais (11h em Brasília), 45,4% dos eleitores haviam comparecido às urnas.

    O comparecimento às urnas era, no começo do dia, mais alto do que o das eleições anteriores. Mas, conforme passavam as horas, aproximou-se da porcentagem dos outros anos. Às 14h locais, eram 36,7% contra os 38,3% de 2013. Em 2006, porém, eram apenas 30,9%.

    Também era maior o comparecimento da população árabe-israelense, que neste ano tem pela primeira vez a oportunidade de tornar-se uma forte presença no Parlamento, por meio da Lista Compartilhada que une partidos de maioria árabe.

    Sebastian Scheiner/AFP
    O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, vota durante as eleições parlamentares desta terça-feira
    O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, vota durante as eleições parlamentares desta terça-feira

    Às 11h, 10% tinham votado no setor árabe. Nas eleições anteriores, no mesmo período, a taxa havia sido de 3% apenas.

    O pleito desta terça pode ser histórico não apenas pela participação, mas também pela possibilidade de derrota do atual premiê, Binyamin Netanyahu.

    Quando convocou as eleições antecipadas, Netanyahu parecia ser o favorito, e esse seria assim um voto de aprovação a seu governo. Mas pesquisas mostram que ele pode chegar em segundo lugar nestas eleições.

    Seu partido, o Likud, tem previsão de 21 assentos no próximo Parlamento. O rival União Sionista, de Isaac Herzog, deve conquistar 25 cadeiras. Haverá um resultado preliminar à noite, mas o anúncio oficial será feito apenas em 25 de março.

    A Folha acompanhou o voto em Jerusalém e Tel Aviv. Em Israel, é permitido entregar panfletos no dia do voto. Garotas tentavam convencer a reportagem diante da estação central de Jerusalém a votar no Likud.

    "A esquerda vai entregar Jerusalém aos palestinos. Mas esse país nos pertence."

    Não há voto árabe na Cisjordânia, ocupada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Tampouco a Autoridade Nacional Palestina realiza eleições em seu território com periodicidade, e a prática está ausente também em Gaza.

    Os colégios eleitorais de Israel abriram às 7h locais (2h de Brasília) desta terça-feira para a realização do pleito da 20ª legislatura da história israelense.

    Quase 5,9 milhões de cidadãos israelenses poderão exercer seu direito ao voto até as 22h (17h) e imediatamente depois começarão a ser publicadas as primeiras pesquisas de boca de urna e se iniciará a apuração de votos, que deve ser concluída no início do dia seguinte.

    A jornada eleitoral, que se desenvolverá em 1.282 cidades e com 10.372 urnas, vai acontecer sob estritas medidas de segurança, mas desta vez, ao contrário de outras ocasiões, o exército não fechará o território palestino da Cisjordânia, segundo confirmou à agência Efe uma porta-voz militar.

    Por sua parte, a polícia desdobrará milhares de agentes de seu corpo nacional e da Polícia de Fronteiras em um esquema especial para garantir a segurança do processo eleitoral durante este dia, declarado feriado em Israel.

    No total, 30 partidos disputarão as 120 cadeiras do parlamento israelense (Knesset), ao qual se chega com um mínimo de 3,25% dos votos válidos.

    O índice histórico de participação caiu na última década a uma média abaixo de 70%. Nos últimos pleitos, há apenas dois anos, foi de 67,8%.

    A julgar pelos últimos processos eleitorais e as pesquisas do atual, a próxima legislatura será formada por entre 10 e 11 formações políticas.

    Apesar da provável vitória do União Sionista, se forem confirmados os resultados das enquetes, será Netanyahu quem terá mais possibilidades de liderar o próximo Executivo israelense, o que faria pela terceira vez consecutiva e a quarta em sua carreira política.

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