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    Partidos de minoria árabe têm desempenho histórico

    DIOGO BERCITO
    ENVIADO ESPECIAL A TEL AVIV

    18/03/2015 00h49

    A Lista Compartilhada, que representa cidadãos israelenses de origem árabe, teve desempenho surpreendente na eleição de Israel –vencida pelo Likud, partido do premiê Binyamin Netanyahu – e deverá se tornar uma das principais forças do Parlamento do país.

    Com 99,5% das urnas apuradas, a lista conseguiu obter 14 assentos.

    Partidos árabes concorreram juntos neste ano após a cláusula de barreira ser elevada, o que ameaçava deixá-los sem ter nenhum assento.

    Os cidadãos de origem árabe formam 20% da população. Eles historicamente são mais resistentes às políticas da direita, representada pelo atual governo.

    O premiê Netanyahu priorizou nos últimos dias declarações que antagonizaram o eleitorado árabe, com o objetivo de consolidar o voto conservador.

    Na segunda-feira (16), afirmou que, se eleito, não haverá um Estado palestino. Na terça, Netanyahu divulgou um vídeo, durante a votação, dizendo que "o governo de direita está sob ameaça" pois "eleitores árabes estão indo em massa para as urnas". Houve críticas e pedidos de que as imagens fossem excluídas do Facebook por serem "discurso de ódio".

    Isaa Basal, 27, havia votado na Lista Compartilhada. "É importante para a democracia. Netanyahu destruiu o país", disse. "Com Isaac Herzog [candidato opositor], há uma chance para as negociações de paz."

    A Folha também deparou-se com israelenses que, diante das pesquisas que já apontavam a ascensão da lista árabe, votavam nela para fortalecer a oposição ao premiê.

    A ideia era que os assentos conquistados ajudassem Herzog a construir uma coalizão e montar seu próprio governo, opondo-se a uma possível aliança de direita.

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