O FlightRadar24, um serviço on-line de rastreamento aéreo que utilizada dados de satélite, disse ter encontrado evidências de que o piloto automático do avião da Germanwings foi programado abruptamente de uma altitude de cruzeiro de 38.000 (11,5 km) para apenas 100 pés, o nível mais baixo possível.

"Entre às 10:30:52 e 10:30:55 locais (6h30 em Brasília), é possível ver que o piloto automático foi modificado de forma manual de 38.000 pés para 100 pés e que, nove segundos depois, [a aeronave] começou a descer", disse o chefe executivo do serviço de rastreamento sueco, Fredrik Lindahl.

O Airbus A320, que havia decolado aproximadamente meia hora antes em Barcelona (Espanha) em direção a Düsseldorf (Alemanha), se chocou com os Alpes franceses na terça-feira (24) a cerca de 6.000 pés (1,8 km).

As evidências foram encontradas pelo site ao analisar os dados do transponder do voo 4U-9525. O transponder, que integra o sistema anticolisão da aeronave, emite sinais para outras aeronaves dando sua localização.

A informação foi divulgada pelo site no mesmo dia em que o promotor de Justiça de Marselha, Brice Robin, afirmou que o copiloto Andreas Lubitz impediu de forma voluntária o retorno do piloto à cabine e operou intencionalmente para chocar a aeronave contra os Alpes franceses.

"Enquanto estava sozinho, o copiloto pressionou o botão para colocar o avião em descida. É uma ação em altitude que só pode ocorrer de forma deliberada", disse o promotor em coletiva nesta quinta-feira (26).

A autoridade francesa afirmou que não há, por enquanto, elementos que expliquem essa atitude. As informações foram obtidas por meio das gravações de áudio da caixa-preta achada em meio aos destroços na terça.

Agentes da polícia alemã realizaram uma revista na casa do copiloto em Düsseldorf, capital da Renânia do Norte-Vestfália, nesta quinta, para tentar encontrar elementos que indiquem a motivação de Lubitz.

O avião caiu por volta de 11h (7h, horário de Brasília) de terça-feira, matando todas as 150 pessoas a bordo —144 passageiros e seis tripulantes.

	Editoria de arte/Folhapress