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    Copiloto alemão pode ter ocultado doença mental, diz Promotoria

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    27/03/2015 09h29

    A Promotoria de Düsseldorf, na Alemanha, informou nesta sexta-feira (27) ter encontrado provas de que o copiloto Andreas Lubitz, 27, teria ocultado da Germanwings que sofria de uma condição médica não especificada pelos promotores.

    Segundo o jornal americano "The New York Times", tratava-se de doença mental. Não foram divulgados detalhes.

    Lubitz é acusado de ter derrubado de forma deliberada um Airbus A320 da companhia alemã que fazia o voo 4U9525 entre Barcelona e Düsseldorf na terça (24) nos Alpes franceses. Todas as 150 pessoas a bordo morreram.

    Segundo os promotores, os documentos eram um atestado médico que o afastava do trabalho e a prescrição de um tratamento para a doença. Os dois papéis foram encontrados rasgados dentro do apartamento de Lubitz, em Düsseldorf.

    Os investigadores afirmam que as prescrições foram feitas horas antes da queda do avião, o que sustenta a versão de que ele teria escondido a doença da Germanwings e de seus colegas de trabalho.

    Porém, a Promotoria negou a existência de qualquer prova de que o copiloto teria agido por motivação política ou religiosa, assim como não encontrou uma carta de despedida, comum em casos de suicídio.

    Depois da entrevista dos promotores, o jornal "Süddeutsche Zeitung" informou que o atestado foi feito por um psiquiatra que teria detectado problemas psicológicos em Lubitz. A informação não foi confirmada pelas autoridades.

    Mais cedo, o jornal alemão "Bild" afirmou que Lubitz passou por seis meses de tratamento psicológico durante o treinamento para ser piloto do Grupo Lufthansa, ao qual pertence a Germanwings, segundo funcionários da companhia aérea.

    A publicação afirma que o copiloto, na época com 22 anos, teve sua formação interrompida devido a um "grave episódio depressivo e crise de ansiedade". Os detalhes sobre o que o levou ao tratamento não foram divulgados.

    A publicação diz que o transtorno psicológico foi registrado em uma ata do departamento de tráfego aéreo da Alemanha sob o código SIC. Isso significa que o copiloto deveria se submeter a revisões médicas regulares.

    O afastamento já havia sido informado pelo presidente da Lufthansa, Carsten Spohr, que afirmou que Lubitz passou por rigorosos exames físicos e mentais quando entrou na empresa, ao retomar o curso e ao se formar no curso de pilotos, que o levaram a ingressar na Germanwings em 2013.

    Editoria de arte/Folhapress
    Piloto teve intenção de derrubar avião

    INVESTIGAÇÃO

    Os resultados revelados pela Promotoria nesta sexta foram coletados por policiais que revistaram o apartamento de Andreas Lubitz em Düsseldorf e na casa de seus pais em Montabaur.

    Em entrevistas, vizinhos afirmam que o copiloto tinha uma excelente condição física, que corria todos os dias e não fumava ou bebia regularmente. A imprensa alemã, porém, afirma que ele passou por tratamento psicológico diversas vezes.

    Segundo o jornal "Bild", isso poderia ter sido provocado pelo rompimento de um namoro de sete anos. Os promotores alemães que investigam o caso, no entanto, não confirmaram nem negaram as afirmações.

    Além da liberação da Lufthansa, o copiloto tinha o certificado médico de terceira classe da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos, significando que ele estaria livre de doenças como psicose, transtorno bipolar e de personalidade.

    Isso significa que ele não sofria nenhuma doença psicológica que o faria incapaz de desempenhar sua função como piloto.

    Em entrevista, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, pediu à Lufthansa que dê todas as informações necessárias sobre o piloto. "Apenas dessa forma poderemos entender por que esse piloto chegou ao ponto de fazer essa ação terrível."

    Editoria Arte/Folhapress

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