• Mundo

    Sunday, 28-Apr-2024 04:33:40 -03

    Nigéria elege presidente enquanto combate o Boko Haram

    DO "GUARDIAN", EM LAGOS

    28/03/2015 02h00

    A população da Nigéria vota neste sábado (28) na mais disputada eleição do país desde o retorno à democracia, em 1999. O pleito ocorre enquanto o Exército combate o Boko Haram, movimento que tenta estabelecer um califado islâmico no país.

    Nesta sexta-feira (27), o Exército afirmou que destruiu o quartel-general da facção na cidade de Gwoza e expulsou os extremistas de todos os três Estados no nordeste do país, que se tornou um reduto da milícia em seus seis anos de insurgência.

    Não foi possível confirmar a declaração de vitória um dia antes das eleições cruciais, em que o presidente Goodluck Jonathan, cristão do sul, enfrenta Muhammad Buhari, antigo líder da junta militar que governou o país. A dupla já se enfrentou em 2011.

    Editoria de arte/Folhapress
    Eleição na nigériaPaís vive sob violência do grupo radical Boko Haram
    Eleição na nigériaPaís vive sob violência do grupo radical Boko Haram

    Naquele pleito, ao menos 500 pessoas foram mortas depois que resultados contestados causaram dias de violentos distúrbios no norte.

    Para "garantir a segurança" na votação deste sábado, o chefe de polícia da Nigéria, Suleiman Abba, proibiu a circulação de veículos das 8h (4h em Brasília) -quando as seções eleitorais começam a funcionar- às 17h.

    Segundo Abba, "a ordem de restrição se aplica a todos os veículos, exceto ambulâncias, carros de bombeiros e outras funções essenciais".

    O Ministério do Exterior nigeriano também anunciou o fechamento por três dias das fronteiras marítimas e terrestres do país desde a meia-noite de quarta-feira (25), para "permitir eleições pacíficas".

    Na semana passada, Abba se imiscuiu na campanha ao alertar que os eleitores não deveriam ficar nos locais de votação para acompanhar a apuração dos votos. Segundo constitucionalistas, essa ordem não tem base legal.

    Críticos dizem que os serviços de segurança estão envolvidos demais no processo, o que inclui as Forças Armadas, que pressionaram por um adiamento de seis semanas da eleição, inicialmente marcada para 14 de fevereiro.

    Nesta semana, um tribunal impediu o Exército de guardar os postos de votação -decisão que não se aplica à região nordeste por causa do combate ao Boko Haram. A oposição acionou a Justiça após a forte presença de soldados nas eleições para os governos dos Estados de Ekiti e Osun, no sul, no ano passado.

    Informações vazadas para a imprensa acusaram soldados de ter conspirado para manipular os resultados desse pleito. O Exército e o partido da situação rejeitaram confirmar ou negar as alegações.

    Se o Exército se posicionar nos locais de votação apesar da ordem judicial, a oposição deve usar o fato para contestar o resultado caso perca, o que pode estimular violência dos partidários de Buhari.

    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024