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    Rebeldes xiitas são 'fantoches do Irã', diz presidente do Iêmen

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    28/03/2015 12h53

    O presidente do Iêmen, Abdo Rabbo Mansur Hadi, culpou diretamente os iranianos pelo conflito em seu país, chamando a milícia xiita houthi –que o obrigou a fugir– de "fantoches do Irã" e exigindo que os ataques aéreos sauditas continuem até a rendição dos insurgentes.

    Hadi participou neste sábado (28) de uma cúpula de países árabes em Sharm-el-Sheikh (Egito), iniciada três dias depois de a Arábia Saudita, vizinha do Iêmen e aliada dos EUA, começar a bombardear as posições dos rebeldes na capital Sanaa e em outras regiões iemenitas.

    "Eu digo aos fantoches do Irã, aos seus brinquedos e àqueles que os apoiam: vocês destruíram o Iêmen com sua adolescência política, fabricando uma crise local e regional", discursou o presidente iemenita, que voltou à Arábia Saudita, onde está abrigado, após participar da cúpula.

    O governo iraniano, que nega ajudar diretamente os insurgentes, não comentou.

    Alguns líderes árabes presentes ao encontro acusaram o país persa de ingerência em outras nações do Oriente Médio, sem citá-lo pelo nome.

    O presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, endossou resolução proposta por chanceleres na quinta-feira (26) para a criação de uma força militar conjunta e disse que o mundo árabe está sofrendo ameaças sem precedentes.

    "Essa nação [o Iêmen] nunca enfrentara um desafio à sua existência e uma ameaça à sua identidade como os que enfrenta agora", afirmou Sisi.

    Também presente à reunião, o rei Salman, da Arábia Saudita, declarou que os ataques aéreos aos milicianos houthis não cessarão até que a segurança e a estabilidade sejam restauradas no Iêmen.

    Um dos líderes houthis, Ali al-Emad, rebateu o presidente do Iêmen chamando-o de "fantoche dos sauditas". Segundo Emad, nada do que foi dito na cúpula surpreende.

    Hadi fugiu do seu país na semana passada, depois que os rebeldes e forças leais ao ex-ditador Ali Abdullah Saleh, deposto durante a Primavera Árabe, se aproximaram da cidade de Áden, para onde o governo fora transferido.

    NOTA DO HAMAS

    Também neste sábado, o grupo extremista Hamas, que controla a faixa de Gaza, emitiu um comunicado apoiando Hadi contra os insurgentes. A nota foi recebida com surpresa.

    Falando sob anonimato à agência Associated Press, um diplomata de um país do golfo Pérsico envolvido nos ataques aéreos disse que o objetivo é que eles durem um mês, mas a coalizão está preparada para a hipótese de que se estendam por até seis meses.

    O diplomata também afirmou que os bombardeios destruíram 21 mísseis Scud que estavam apontados para a Arábia Saudita e que cerca de 5.000 iranianos, militantes do grupo libanês Hizbullah e xiitas do Iraque estavam no Iêmen auxiliando os houthis.

    As informações, segundo a agência, não puderam ser confirmadas de maneira independente. Neste sábado, as forças sauditas prosseguiram com ataques aéreos a Sanaa, Áden e outras áreas do Iêmen.

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