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    Dados de líderes mundiais foram vazados por organizadores do G20

    PAUL FARRELL
    DO "GUARDIAN"

    30/03/2015 10h55

    Informações pessoais dos líderes que participaram da última cúpula do G20 foram divulgadas acidentalmente pelo Departamento de Imigração australiano, que não informou os líderes em questão sobre a violação de privacidade.

    Segundo o "Guardian", um funcionário do órgão transmitiu acidentalmente aos organizadores da Copa Asiática, torneio de futebol sediado pela Austrália em janeiro, os números de passaporte, detalhes sobre vistos e outras informações de identificação pessoal de todos os líderes mundiais que participaram da cúpula.

    Pablo Martinez Monsivais - 15.nov.2014/AP
    Líderes do G20 que participaram de reunião na Austrália tiveram dados pessoais vazados por engano
    Líderes do G20 que participaram de reunião na Austrália tiveram dados pessoais vazados por engano

    O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o presidente russo, Vladimir Putin, a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente da China, Xi Jinping, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, o presidente da Indonésia, Joko Widodo, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, estão entre os líderes presentes à cúpula realizada em Brisbane em novembro que tiveram suas informações vazadas.

    "As informações pessoais vazadas são o nome, data de nascimento, título, cargo, nacionalidade, número de passaporte, número de concessão de visto e subclasse de visto relativos a 31 líderes internacionais (primeiros-ministros, presidentes e seus equivalentes) que participaram da cúpula de líderes do G20", informou uma diretora do Departamento de Imigração do país.

    "A causa do vazamento foi erro humano. [O funcionário] não checou que a função de autopreencher do Microsoft Outlook tinha escrito as informações da pessoa correta no campo 'Para' do e-mail. Isso fez com que o e-mail fosse enviada ao destinatário errado".

    "Fui informada da questão diretamente pelo funcionário imediatamente depois de receber um e-mail do destinatário informando-o de que ele tinha enviado o e-mail à pessoa errada".

    A funcionária escreveu que é "pouco provável que a informação chegue ao domínio público" e que a ausência de outros elementos identificadores pessoais "limita significativamente" os riscos decorrentes do vazamento. O destinatário não autorizado deletou o e-mail e "esvaziou sua pasta de itens deletados".

    Foi recomendado que os líderes mundiais não fossem notificados sobre o vazamento de seus dados pessoais.

    "Tendo em vista que os riscos decorrentes do vazamento são considerados muito pequenos e que foram tomadas ações tomadas para limitar a distribuição adicional do e-mail, não considero necessário notificar os afetados sobre o vazamento", ela escreveu.

    A recomendação de não revelar a violação de privacidade aos líderes mundiais pode infringir a lei de privacidade em alguns de seus países.

    Reino Unido, Alemanha e França todos possuem formas distintas de leis de notificação obrigatória sobre violação de dados, exigindo que as pessoas afetadas pelas violações de dados sejam informadas do fato.

    Não está claro se, depois da avaliação inicial, o Departamento de Imigração notificou posteriormente os líderes mundiais sobre o ocorrido.

    É provável que a divulgação do vazamento de dados cause constrangimento ao governo australiano, depois da aprovação na semana passada de leis controversas de retenção obrigatória de dados.

    A aprovação das novas leis –as quais obrigado as empresas de telecomunicações a armazenar determinados tipos de dados telefônicos e da web por dois anos– foi marcada por objeções quanto à eficácia das medidas de privacidade adotadas pelas empresas e as agências governamentais que lidarão com os dados.

    O Departamento de Imigração australiano também foi responsável pelo maior vazamento histórico de dados de um órgão governamental.

    Em fevereiro de 2014 o "Guardian" revelou que o órgão inadvertidamente vazou as informações pessoais de quase 10 mil pessoas em detenção, muitas delas candidatas a asilo. Os dados foram postados em um arquivo público no site do Departamento na internet.

    Tradução de CLARA ALLAIN

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