A greve geral de 24 horas na Argentina, que provocou o cancelamento de voos de companhia aéreas como TAM e Gol, afetou passageiros no Brasil ainda nesta quarta-feira (1°).
Apesar de a empresa aérea TAM informar que não houve cancelamentos ou atrasos de voos, passageiros afirmam que, mesmo com os bilhetes de embarque em mãos, não conseguiram viajar.
A argentina Romina Pereira chegou ao aeroporto às 5h. Ela viajaria para Córdoba no voo das 8h30 e, depois, de ônibus, iria para Jujuy, no norte da Argentina, onde mora.
Mas, quando chegou ao guichê da empresa, descobriu que seu voo estava lotado e que não poderia embarcar.
"Alguém pegou o meu lugar, apesar de eu ter chegado na hora certa", diz Romina.
Ela acabou perdendo também a passagem de ônibus e disse que, até domingo, não conseguirá outro bilhete.
| Patricio Murphy/Xinhua | ||
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| Avenida vazia no centro de Buenos Aires na terça-feira (31), durante a greve geral |
Agora, a argentina desistiu de ir para Córdoba e tentava negociar com a TAM uma viagem para Salta, cidade próxima a Jujuy.
"Eu sou médica e não posso faltar ao trabalho. Não posso levar comprovante. Quem é que vai atender os pacientes?", diz.
"Alguém vai ter que me buscar [em Salta] e vou ter que pagar mais".
Em nota, a TAM informou que alguns passageiros dos voos de Guarulhos, em São Paulo, para a Argentina ainda sofriam nesta quarta impactos da paralisação ocorrida ontem.
A empresa disse que lamenta os transtornos e que está prestando assistência aos clientes, remanejando-os em outros voos.
A reportagem da Folha encontrou pelo menos mais um passageiro argentino que não conseguia embarcar para seu país.
GREVE
Nesta terça-feira (31), a TAM informou, por meio de sua assessoria de imprensa, o cancelamento de 19 voos que partiam ou chegavam de Buenos Aires, Córdoba e Rosário entre esta segunda e terça por causa da greve geral.
Entre eles, foram suspensos os voos que partiriam nesta segunda à noite de Guarulhos para Córdoba e do Rio de Janeiro para Buenos Aires.
Segundo a TAM, os clientes desses voos poderão remarcar a data da viagem para os próximos 15 dias sem custo e de acordo com a disponibilidade de assentos.
Os passageiros também poderão alterar o destino da viagem, sem multa, mas teriam que arcar com a diferença de tarifas.