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    EUA e Irã ainda tentam superar diferenças sobre programa nuclear

    GIULIANA VALLONE
    DE NOVA YORK

    02/04/2015 00h16

    O esforço para alcançar um acordo preliminar sobre o programa nuclear do Irã avançou por mais um dia em Lausanne, na Suíça, e continuaria nesta quinta-feira (2).

    Diplomatas dos Estados Unidos e de países aliados tentam superar as diferenças com seus pares iranianos.

    As negociações desta semana, cujo objetivo é sinalizar vontade política de ambas as partes e estabelecer os pontos chave para desenhar um acordo final em junho, são prioridade para o governo do presidente americano, Barack Obama.

    Obama luta contra a mobilização política do Congresso americano, dominado pela oposição republicana, para aprovar novas sanções contra o governo de Teerã. As retaliações, diz, poderiam azedar um possível pacto.

    Os parlamentares, em recesso até o próximo dia 14, concordaram em adiar a votação de projetos sobre o assunto até o fim das discussões desta semana.

    Mas, para manter sua posição na queda de braço, o presidente precisa que sua equipe saia de Lausanne com um rascunho do pacto bem construído e com definição de detalhes técnicos, o que parece mais difícil a cada dia.

    APOSTA

    O acordo com o governo de Teerã é a grande aposta da política externa do governo Obama, que teve de focar boa parte de suas ações na área em reagir a crises não previstas -como a facção radical Estado Islâmico e a crise entre Rússia e Ucrânia.

    Nesta quarta, após mais um dia de negociações, a porta-voz do Departamento de Estado americano, Marie Harf, anunciou que o secretário John Kerry prolongaria sua estadia em Lausanne pelo menos até quinta-feira.

    "Nós continuamos a fazer progressos, mas ainda não chegamos a um entendimento político", disse.

    Em Washington, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, voltou a dizer que os EUA podem deixar a mesa caso sintam que as discussões estagnaram.

    "Temos sido bastante claros sobre o tipo de comprometimento que esperamos [do Irã]" para continuar as negociações, disse.

    Mais otimista, o chanceler francês, Laurent Fabius, afirmou que os negociadores estavam "a poucos metros da linha de chegada". "Mas os últimos metros são sempre os mais difíceis. Vamos tentar cruzá-los."

    As conversas esbarram em divergências sobre a duração de um acordo e o tempo para a retirada das sanções contra o Irã. "Eu sempre disse que um acordo e a pressão não existem juntos", afirmou o ministro iraniano Mohammad Javad Zarif.

    "Nossos amigos precisam decidir se querem uma relação baseada no respeito ou se querem continuar se baseando na pressão."

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