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    Ex-ministro chinês é acusado de aceitar subornos e abuso de poder

    DA EFE, EM PEQUIM

    03/04/2015 15h09

    O ex-ministro de Segurança da China Zhou Yongkang foi acusado pelas autoridades judiciais do país asiático de "aceitar subornos, abuso de poder e revelar intencionalmente segredos de Estado".

    Segundo informa nesta sexta-feira a agência oficial de notícias Xinhua, a acusação foi apresentada hoje pela procuradoria municipal da cidade de Tianjin perante o Tribunal Popular Intermédio número 1 desta mesma cidade, vizinha a Pequim.

    Jason Lee/Reuters
    Ex-membro do Comitê Permanente chinês, Zhou Yongkang foi acusado de aceitar subornos e de abuso de poder
    Ex-membro do Comitê Permanente chinês, Zhou Yongkang foi acusado de aceitar subornos e de abuso de poder

    Este é o primeiro passo para denunciar judicialmente o líder político de maior peso acusado de corrupção em décadas e um dos ex-altos cargos do regime de maior relevância que é processado no marco da campanha anticorrupção empreendida pelo presidente Xi Jinping desde a sua chegada ao poder, há pouco mais de dois anos.

    Zhou Yongkang, 72, foi ministro da Segurança Pública entre 2002 e 2007 e membro, entre 2007 e 2012, do Comitê Permanente do Partido Comunista Chinês, o reduzido grupo que toma as decisões mais importantes na China, que então contava com nove membros (agora com sete), entre elas o presidente e o primeiro-ministro.

    De acordo com o documento da procuradoria, Zhou "se aproveitou de seus cargos para oferecer interesses a terceiros e aceitou ilegalmente grandes quantias de dinheiro e propriedades".

    "O abuso de poder de Zhou provocou enormes perdas para as propriedades e interesses do Estado e da sociedade. O impacto social foi ruim e seus atos são especialmente sérios", destaca a acusação.

    Também assegura que "divulgou segredos de Estado" de maneira deliberada, outro delito que classifica de "especialmente sério".

    INVESTIGAÇÃO

    A acusação judicial contra o homem conhecido como "czar da Segurança" é divulgada meses depois que se confirmou (em julho do ano passado) a investigação sobre Zhou por "sérias violações de disciplina", um eufemismo utilizado no país que faz referência à corrupção.

    Após a obtenção das primeiras provas, o ex-ministro foi finalmente detido e expulso do Partido em dezembro do ano passado.

    Zhou será o funcionário de maior relevância que enfrentará um julgamento por corrupção na China depois de Bo Xilai, o ex-líder provincial condenado à prisão perpétua em setembro de 2013, e com quem Zhou tinha uma estreita relação.

    Até o momento, mais de 90 altos cargos políticos, entre eles 63 de menor categoria ministerial, e 30 generais do exército foram postos sob investigação como suspeitos de "violações de disciplinas", no marco da campanha empreendida pelo presidente.

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