• Mundo

    Tuesday, 07-May-2024 03:41:26 -03

    Dissidentes cubanos e defensores do regime voltam a brigar no Panamá

    SYLVIA COLOMBO
    ENVIADA ESPECIAL AO PANAMÁ

    10/04/2015 02h00

    Pelo segundo dia consecutivo, dissidentes cubanos e apoiadores do ditador Raúl Castro entraram em confronto durante o Fórum da Sociedade Civil, que ocorre na Cúpula das Américas, na capital do Panamá.

    Quatro oficinas que seriam realizadas na manhã desta quinta-feira (9), no Panamá Hotel, foram suspensas em razão de bate-boca entre os dois grupos.

    Do lado de fora do Fórum da Sociedade Civil, nesta quinta (9), os dois lados se enfrentaram aos gritos de "asesinos" (dos opositores para os governistas) e "gusanos" (de governistas para opositores) -"gusano", que significa verme em espanhol, é o termo que o regime castrista costuma usar para se referir a opositores.

    "O governo panamenho está sendo cúmplice do regime cubano ao permitir que nos ataquem aqui. Isso demonstra que o governo de Cuba seguirá isolando-se. Não são inocentes, é preciso lembrar que estão no poder há mais de 50 anos dessa maneira, intimidando seus cidadãos", disse à Folha Elizardo Sánchez Pacheco, da Comissão por Direitos Humanos.

    Outros grupos de dissidentes reclamaram da detenção, na quarta-feira (8), de 18 pessoas que haviam trocado socos e tapas com apoiadores do regime, no parque Porras, na Cidade do Panamá.

    Os dissidentes criticam a reaproximação dos EUA com a ilha sem uma reprimenda americana mais vigorosa em relação ao desrespeito aos direitos humanos.

    Eles dizem, também, que o presidente americano, Barack Obama, com anuência de outros países da região, estaria fornecendo condições para a continuidade do regime castrista.

    Outra referência entre os dissidentes, Jorge Luis García, conhecido como "Antúnez", disse que a diplomacia internacional estava sendo "ambígua e complacente" ao promover uma cúpula tendo Cuba como centro, ignorando a "perseguição interna que continuam sofrendo os opositores do regime".

    O presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, pediu mais "respeito" às pessoas que vieram protestar e anunciou que seriam investigados os envolvidos ao ataque sofrido pelos dissidentes no parque Porras.

    A filha do dissidente Oswaldo Payá, Rosa María, disse que a recusa dos governistas em participar dos painéis com a presença de opositores mostra "quem está interessado em boicotar a cúpula".

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024