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    Médicos Sem Fronteiras anunciam programa de resgate no Mediterrâneo

    LUISA PESSOA
    DE SÃO PAULO

    14/04/2015 12h00

    A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou que fará, entre maio e outubro deste ano, um programa de resgate e ajuda médica a refugiados que estejam realizando ilegalmente a travessia entre a África e a Europa pelo Mediterrâneo.

    Apenas nos três primeiros meses deste ano, ao menos 480 pessoas morreram tentando fazer essa viagem, segundo a Organização Internacional de Migração. Somente desde a última sexta-feira (10), autoridades europeias resgataram mais de 7.000 pessoas no Mediterrâneo.

    Dois médicos e um enfermeiro da MSF ficarão a postos em um navio pertencente a Migrant Offshore Aid Station (Moas), fundação com a qual foi feita a parceria. A embarcação irá patrulhar a região do Mediterrâneo entre as costas da Líbia e da Tunísia e a ilha de Malta. O governo da Itália também estará envolvido.

    Calogero Montanalampo
    Imigrantes chegam à costa italiana, após serem resgatados pelas autoridades no Mediterrâneo
    Imigrantes chegam à costa italiana, após serem resgatados pelas autoridades no Mediterrâneo

    A presença e a localização de embarcações à deriva poderão ser informadas pelas autoridades italianas. Após o resgate e os primeiros socorros aos refugiados pela MSF, eles serão postos sob a guarda da Itália.

    A MSF espera que os imigrantes sejam levados à costa italiana. A ONG enfatizou que não fará o transporte deles de volta para a costa da Líbia, principal ponto de partida das viagens. No entanto, a MSF não tem o poder de controlar os resultados dos pedidos de asilo dos imigrantes na Europa.

    RISCOS

    Além do risco de naufrágio, os imigrantes geralmente sofrem desidratação, hipotermia e queimaduras pelo sol durante a travessia, feita por botes. No mínimo, o percurso dura 20 horas. Porém, é comum que as embarcações fiquem à deriva por dias antes de chegar ao seu destino.

    No último ano, mais de 3.400 pessoas morreram tentando cruzar o Mediterrâneo para a Europa, segundo a MSF. Outras 163 mil pessoas foram resgatadas a caminho da Itália pelo mar até o fim de novembro, mais que em 2013 (42.925) e qualquer período anterior.

    Em novembro de 2014, a Itália suspendeu por razões financeiras a operação Mare Nostrum, que resgatava imigrantes nas águas internacionais do Mediterrâneo. A operação foi iniciada após a morte de 360 pessoas em um naufrágio em outubro de 2013.

    Em seu lugar, ficou apenas a missão Triton, da União Europeia, que opera a poucas milhas náuticas da Itália.

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