Os diplomatas da seção cubana de interesses em Washington serão um dos grandes beneficiados pela remoção de Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo, caso se confirme. Os diplomatas finalmente vão poder abrir uma conta em banco, em vez de andar pela capital americana carregando maços de dinheiro.

Para fazer transações com países que estão na lista de patrocinadores de terrorismo, os bancos americanos precisam passar por um processo complicadíssimo para obter uma licença do Departamento do Tesouro.

O banco que oferecia esse serviço aos diplomatas cubanos, o M & T Bank, deixou de fazê-lo há um ano, e nenhuma outra instituição quis entrar no lugar por causa do risco de incorrer em irregularidades. As sanções contra bancos que desrespeitam as regras são pesadas.

O banco francês BNP Paribas, por exemplo, foi multado em US$ 8,9 bilhões por omitir transações em dólar com Sudão, Irã e Cuba, todos integrantes da lista.

A Folha apurou que a Casa Branca chegou a sondar o governo brasileiro para que o Banco do Brasil passasse a servir os diplomatas cubanos em Washington.

Com a remoção de Cuba da lista, estará eliminado um dos maiores obstáculos à normalização das relações entre os dois países, caso o Congresso não bloqueie a decisão do presidente Obama nos próximos 45 dias.

Cuba exigia ser retirada da lista, uma mancha em sua reputação. Várias restrições financeiras contra Havana serão eliminadas. O país poderá receber empréstimos do Banco Mundial e financiamento do EximBank para investimentos americanos na ilha. Será mais fácil reabrir as embaixadas, agora que os bancos americanos terão menos receio de servir os diplomatas cubanos.

Desde 1977, Cuba e EUA mantêm "seções de interesses" em suas capitais, que agem como embaixadas, mas têm status menor.