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    Cerca de 700 imigrantes desaparecem no Mediterrâneo após naufrágio

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    19/04/2015 07h16

    Um pesqueiro com cerca de 700 imigrantes naufragou neste domingo (19) no mar Mediterrâneo, a 96 km da costa da Líbia e 193 km ao sul da ilha italiana Lampedusa. Até às 21h deste domingo, foram resgatados 28 sobreviventes, e outros 24 corpos foram tirados do mar, segundo a Guarda Costeira da Itália.

    "Ainda é cedo para saber, mas se os números se confirmarem, será o naufrágio mais grave da história no Mediterrâneo", disse Flavio di Giacomo, da Organização Internacional de Migrações na Itália.

    Segundo um sobrevivente, o número de passageiros do barco chegava a 950, sendo 50 crianças e 200 mulheres.

    Se confirmados os números do acidente de domingo, ao menos 1.100 imigrantes podem ter morrido somente neste mês a caminho da Europa –número mais de 20 vezes maior do que entre janeiro e abril do ano passado, que já havia sido um recorde.

    Editoria de arte/Folhapress

    O naufrágio ocorre apenas uma semana depois de 400 imigrantes terem se afogado em um acidente semelhante.

    Segundo testemunhos, a Guarda Costeira italiana recebeu um pedido de socorro durante a noite com o aviso de que o barco em que viajavam os imigrantes corria perigo.

    Diante da impossibilidade de chegar a tempo, a Guarda pediu a um navio português que se encontrava perto da região para ir ao local. Quando o navio se aproximava da embarcação dos imigrantes, eles se colocaram todos no mesmo lado da embarcação e causaram seu afundamento. A embarcação portuguesa iniciou, então, os trabalhos de resgate.

    Na noite deste domingo (19), 17 embarcações da Itália e de Malta, além de barcos comerciais e do Triton (programa europeu de resgates), buscavam sobreviventes.

    As equipes de resgate estão "literalmente tentando achar pessoas vivas em meio aos corpos boiando no mar", disse o primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat.

    'PASSOU DA HORA'

    As mortes desencadearam apelos para que a União Europeia melhore o Triton. No ano passado, foi encerrado o programa de resgate dos italianos, o Mare Nostrum, que salvou cerca de 100 mil vidas. O Mare Nostrum foi interrompido por razões financeiras e por críticas de políticos de direita, que acusavam a operação de encorajar traficantes de pessoas e imigrantes a organizarem mais viagens.

    Para críticos, o Triton é insuficiente e fica muito aquém dos programas anteriores.

    O premiê italiano, Matteo Renzi, afirmou que a Europa estava testemunhando "um massacre sistemático no Mediterrâneo". A chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, afirmou que a questão será discutida em reunião nesta segunda (20). "Vou apresentar uma série de propostas à Líbia, uma das principais rotas do tráfico de imigrantes", disse.

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