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    Vaticano confirma renúncia de bispo dos EUA que encobriu padre pedófilo

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    21/04/2015 14h17

    O Vaticano anunciou nesta terça-feira (21) a renúncia de Robert Finn na diocese de Kansas City, nos Estados Unidos. Em 2012, o bispo foi considerado culpado pela Justiça americana de encobrir um padre que tirou fotos pornográficas de meninas.

    A saída de Finn, que continuou como bispo mesmo após ter sido condenado a dois anos de liberdade condicional, era pedida por associações de vítimas sexuais de padres, que pressionaram o Vaticano até uma investigação ser aberta, em setembro.

    No comunicado, o Vaticano apenas diz que o papa aceitou a renúncia sem explicar o porquê. É provável que a renúncia tenha ocorrido a pedido de Francisco, que instituiu uma política de "tolerância zero" aos escândalos na Igreja Católica.

    O bispo ocultou da Igreja Católica o caso do padre Shawn Ratigan, que foi condenado a 50 anos de prisão por tirar e coletar diversas fotos de meninas em posições pornográficas, montando uma coleção que foi descoberta por um técnico da diocese.

    Inicialmente, Finn afastou o sacerdote e enviou-o a um terapeuta, além de ter dado a ordem para que mantivesse distância de crianças. Porém, Ratigan continuou a tirar fotos de menores por seis meses antes de ser denunciado à polícia, em 2011.

    ENTIDADES

    As entidades de vítimas de sacerdotes aprovaram a renúncia, mas esperam mais do Vaticano. Para a vice-diretora do centro de pesquisa BishopAccountability.org, Anne Barrett Doyle, Francisco deveria confirmar a expulsão de Finn.

    "O papa precisa mostrar que esta decisão representa uma real mudança na prática do pontificado, que sinalize uma nova era na responsabilização dos bispos. Isso seria uma atitude sem precedentes".

    Além de Finn, o papa Francisco foi pressionado para remover de seu posto o bispo Juan Barros Madrid, da diocese de Osorno, no sul do Chile, que também é conhecido por encobrir um dos maiores casos de pedofilia no país sul-americano.

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