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    Desabrigados no Nepal improvisam cabanas com lençóis e bambu

    DE SÃO PAULO

    26/04/2015 14h43

    O vale de Katmandu e as cidades ao redor amanheceram em clima de pânico neste domingo (26).

    Sem energia, sem água e com hospitais superlotados, a população está com medo de um colapso.

    Centenas de milhares de pessoas passaram a noite do sábado (25) sem abrigo e agora se preparam para enfrentar mais uma noite ao relento. Muitos estão fazendo cabanas com lençóis e bambu. Agora em Katmandu fazem 14º C.

    Nas cidades do interior do Nepal, a situação é grave: segundo o "New York Times", quase toda a ajuda está se concentrando na capital, deixando as outras cidades praticamente abandonadas.

    No município rural de Dhading, a 80 km da capital, há milhares de desabrigados e o hospital está superlotado, com pacientes dividindo camas em até três pessoas e sendo atendidos do lado de fora e nos corredores.

    Pedras espalhadas ao longo da única rodovia que liga a cidade a Katmandu dificultam ainda mais o acesso. A energia foi desligada, as lojas estão fechadas e as plantações foram arruinadas.

    Helicópteros militares indianos estão resgatando pessoas dos escombros e as transferindo para hospitais próximos, mas a chuva, poeira e réplicas do abalo tornam as operações ainda mais difíceis. Nos hospitais, faltam suprimentos e espaço para guardar os corpos.

    A ONG Care International afirma que o número de desabrigados pode chegar a centenas de milhares. "Quase todos dormiram sem abrigo ou criaram abrigos temporários com aquilo que tinham", disse o coordenador de emergência da Care em Katmandu, Santosh Sharma.

    Segundo a organização, teto e condições de higiene são prioridade, assim como comida. "Não há eletricidade e em breve vai haver escassez de água", alerta a ONG.

    Organizações de emergência se reuniram com o governo nepalês nesta manhã para coordenar os esforços, mas a maioria dos voluntários encontram uma jornada difícil pelas estradas que ligam Katmandu ao interior: rodovias danificadas, que costumavam ser utilizadas por aventureiros que viajam ao local.

    Os Médicos Sem Fronteiras afirmaram que os deslizamentos de terra dificultam o acesso a Bihar, no norte da Índia, região também atingida pelo terremoto.

    Réplicas do abalo, uma delas de magnitude 6.7, instauraram clima de pânico na madrugada e derrubaram as linhas de telefonia.

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