A prefeita de Baltimore, Stephanie Rawlings-Blake, ordenou neste domingo (3) a suspensão imediata do toque de recolher noturno —das 22h às 5h— declarado na cidade norte-americana na segunda-feira (27), depois que manifestações provocaram distúrbios após a morte do jovem negro Freddie Gray, 25, que estava sob custódia policial. Ele havia sido preso no dia 12 de abril, acusado de portar um canivete.
"Com efeito imediato, rescindi minha ordem que institui o toque de recolher em toda a cidade", escreveu a prefeita em sua conta no Twitter.
"Meu objetivo sempre foi o de não manter o toque de recolher por nenhum dia a mais que o necessário", afirmou Stephanie Rawlings-Blake e completou agradecendo os cidadãos. "Quero agradecer ao povo de Baltimore por sua paciência".
Pouco depois, o governador de Maryland, Larry Hogan, anunciou o início da retirada de cerca de 3.000 oficiais da Guarda Nacional que foram escalados para reforçar a segurança na cidade portuária.
"Os caminhões partirão nesta manhã, mas tudo isso vai levar algum tempo", afirmou em coletiva de imprensa.
Segundo dados divulgados pela polícia neste domingo (3), 486 pessoas foram presas em Baltimore desde 23 de abril, data do início dos protestos, e 113 policiais ficaram feridos.
POLICIAIS SERÃO DENUNCIADOS
A procuradora do Estado de Maryland em Baltimore (EUA), Marilyn Mosby, anunciou na sexta-feira (1º) que denunciará os policiais envolvidos na ação que causou a morte de Gray.
As denúncias incluem homicídio, lesão corporal e abuso de autoridade. Três dos seis denunciados são negros.
Nos últimos meses, casos de negros mortos por policiais nos EUA geraram protestos em todo o país. Entre os casos emblemáticos estão os de Michael Brown, 18, em Ferguson (Missouri), e de Eric Garner, 43, em Nova York.
COMEMORAÇÃO
Gritos de contra a injustiça, o racismo e a polícia foram ouvidos nas ruas da cidade de Baltimore neste sábado (2).
As manifestações ocorreram durante uma marcha considerada pelos organizadores como um comício da vitória após a decisão da Justiça dos EUA de denunciar os seis policiais envolvidos na morte de Gray.
A marcha havia sido planejada como um protesto, mas, após a o anúncio da denúncia contra os policiais, tornou-se uma celebração.