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    Mulheres de oposicionistas presos na Venezuela querem encontrar Dilma

    GUSTAVO URIBE
    CATIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    05/05/2015 18h51

    As mulheres dos líderes de oposição na Venezuela Antônio Ledezma e Leopoldo López, presos no governo do presidente Nicolás Maduro, esperam ser recebidas pela presidente Dilma Rousseff (PT) em sua viagem a Brasília.

    Nesta quinta-feira (7), Mitzy Capriles de Ledezma e Lilian Tintori participarão de audiência da Comissão de Relações Exteriores do Senado.

    Na capital paulista, elas se reuniram nesta terça-feira (5) com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

    Reprodução/Twitter/liliantintori
    Lilian Tintori e Mitzy Capriles de Ledezma em encontro com Fernando Henrique nesta terça-feira
    Lilian Tintori e Mitzy Capriles de Ledezma em encontro com Fernando Henrique nesta terça-feira

    A mulher de Leopoldo López, líder do partido Vontade Popular, elogiou a presidente por ter se posicionado no mês passado favorável à libertação dos presos em manifestações contra o governo venezuelano e ressaltou que a petista é "sensível" aos direitos humanos e às prisões injustas.

    "Nós esperamos ser recebidas por todos os que respeitam os direitos humanos, a democracia e as liberdades. Nós estamos dispostas a conversar com todas as pessoas que rechaçam a violação aos direitos humanos", disse Lilian, em visita à sede do governo paulista.

    Segundo ela, o apoio do Brasil à liberação na Venezuela dos 98 presos políticos é "fundamental". "Na Venezuela hoje não há democracia, não há liberdade de expressão e não há autonomia entre os Poderes públicos", criticou.

    Para Mitzy, o encontro com a presidente depende da disposição da petista em ouvir os problemas enfrentados atualmente pela oposição ao governo de Nicolás Maduro.

    "Depende da disposição dela [presidente] em ouvir o nosso caso. O caso de uma Venezuela que precisa da solidariedade do Brasil, que é um país importante na América Latina", disse.

    A mulher de Antônio Ledezma ressaltou ainda que, mesmo preso, o prefeito de Caracas não pretende pedir exílio a nenhum outro país para deixar a Venezuela.

    Carlos Villalba Racines/Efe
    Geraldo Alckmin, Lilian Tintori, Mitzy Capriles de Ledezma e a filha, Mitzy Ledezma (ao fundo), durante encontro no Palácio dos Bandeirantes
    Geraldo Alckmin, Lilian Tintori, Mitzy Capriles de Ledezma e a filha, Mitzy Ledezma (ao fundo), durante encontro no Palácio dos Bandeirantes

    "Ele não estará jamais disposto a pensar por um segundo em sair de seu país. Como os outros presos políticos que são perseguidos, vamos seguir lutando para resgatar a ordem democrática na Venezuela", disse.

    O governador de São Paulo chamou as mulheres dos líderes de oposição de "guerreiras da causa democrática", ressaltou que a defesa dos direitos humanos "não tem fronteiras" e que não há democracia sem o contraditório.

    "Não há democracia sem oposição. É tão cívico ser governo como ser oposição", disse o tucano.

    VIAGEM

    Convidado a integrar uma frente de líderes latino-americanos em defesa dos líderes oposicionistas, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deve viajar na semana que vem a Venezuela.

    A expectativa inicial é de que a viagem ocorra no dia 16 de maio, mas a confirmação da data ainda depende de confirmação do ex-premiê espanhol Felipe González, responsável pela formação do grupo político.

    O objetivo da frente latino-americana é abrir um canal de diálogo com o governo da Venezuela para libertar os presos políticos.

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