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    Mansão que foi de mafioso vira quartel da polícia na Itália

    MARCELO SOARES
    DE SÃO PAULO
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    09/05/2015 14h35

    Uma mansão em Palermo que pertenceu a Salvatore "Totò" Riina, "padrinho" da Cosa Nostra, se tornou neste sábado (9) um quartel da polícia, em cerimônia simbólica presidida pelo ministro do Interior italiano, Angelino Alfano.

    O último esconderijo do chefão mafioso é mais uma de diversas propriedades de mafiosos que, apreendidas pelo Estado, vêm virando escolas, hotéis, vinhedos e lojas na Itália.

    "O Estado venceu e a máfia perdeu", declarou Alfano na presença do comandante geral da polícia, Tullio Del Sette.

    Don Corleone da vida real, tendo inclusive nascido da cidade de onde vinha o personagem criado por Mario Puzo em "O Poderoso Chefão", Riina foi conhecido por sua astúcia e crueldade. Comandava a máfia que expulsou da Itália mafiosos rivais que acabaram se unindo à "famiglia" Gambino em Nova York.

    A polícia o procurou durante 20 anos, até prendê-lo em 15 de janeiro de 1993 nessa mesma casa na Via Bernini, em Palermo. Em 2001, foi condenado à prisão perpétua.

    Michele Naccari/Efe
    Policiais de Palermo observam seu novo quartel-general, na mansão que pertenceu ao mafioso Totò Riina
    Policiais de Palermo observam seu novo quartel-general, na mansão que pertenceu ao mafioso Totò Riina

    Acusado de participação na morte do juiz Paolo Borsellino, em 1992, acusou o Estado pela autoria do crime. Um capanga seu foi acusado pela morte do juiz Giovanni Falcone. Os dois juízes eram os líderes da Operação Mãos Limpas

    Nos anos 90, com essa operação, o Estado, os juízes e a sociedade civil intensificaram sua luta contra a máfia siciliana. Ainda que a Cosa Nostra continue influindo na vida política e no mundo empresarial, hoje seu poder se restringe a algumas localidades.

    O quartel na mansão que pertenceu ao mafioso recebeu o nome de Mario Trapassi e Salvatore Bertolotta, dois policiais que morreram no atentado que tirou a vida do juiz Rocco Chinnici em 1983.

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