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    'Não tenho útero, mas tive um filho biológico', diz britânica que recorreu a uma 'mãe solidária'

    ALESSANDRA KORMANN
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    10/05/2015 15h07

    Amanda Thomas, 34, coordenadora de uma associação, descobriu que não possuia útero aos 15 anos.

    Ela recorreu a uma "mãe solidária" para ter seu filho biológico, Rio.

    Leia seu depoimento à Folha

    Arquivo Pessoal
    Amanda Thomas, 33, e seu marido Matthew Thomas, 34, com o filho Rio, que geraram com a ajuda de uma mãe solidária
    Amanda Thomas, 33, e seu marido Matthew Thomas, 34, com o filho Rio, que geraram com a ajuda de uma mãe solidária

    "Quando eu tinha 15 anos, descobri que nunca poderia engravidar e dar à luz porque eu não tenho útero. Sou portadora da Síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser (MRKH). Desde então, sempre pensei que nunca teria um filho biológico. Até que conheci Matthew, o amor da minha vida, e nos casamos em 2011.

    Dois anos antes, em um encontro entre mulheres com MRKH, ouvi duas palestras sobre gestação por substituição. Então me inscrevi na Surrogacy UK com a esperança de formar uma família.

    Depois de algum tempo, uma amiga se ofereceu para nos ajudar. Fizemos duas tentativas, mas infelizmente não deram certo. Talvez por causa da idade dela, que tinha 40 anos na época.

    Primeiro pensei em desistir e partir para a adoção, pois não queria criar outra expectativa e me frustrar. Mas depois de alguns meses, em 2013, comecei a trocar mensagens no site da Surrogacy UK com uma pessoa adorável.

    Já no primeiro encontro, nós nos sentimos completamente à vontade com Sonia e os seus filhos. Depois de três meses, começamos o tratamento e ela engravidou na primeira tentativa.

    Sonia nos mandava fotos da barriga crescendo toda semana e vídeos diários do bebê se mexendo. Ela colocava para ele ouvir histórias que havíamos gravado e usava um colar de guizo, que ela me deu depois que ele nasceu, para que ele se familiarizasse com esses sons. Sonia nos fez participar de cada passo da gravidez.

    No dia do parto, ela nos avisou que estava indo para o hospital, e eu e meu marido estávamos tão nervosos que nos perdemos, parecia que todos os semáforos estavam contra nós e que todos os caminhões do Reino Unido estavam na nossa frente! Mas conseguimos chegar a tempo.

    Sonia estava com muita dor nas costas, mas ela ficou calma o tempo todo e ainda conseguia contar piadas! Ela não queria demonstrar dor para que não nos sentíssemos impotentes. Sonia é assim, sempre pensando nos outros. Ela é uma das pessoas mais gentis e generosas que nós conhecemos e nunca vou esquecer a admiração que senti por ela durante o parto. Quando Rio nasceu e ouvimos o seu choro, explodimos de felicidade.

    No dia seguinte, deixamos Sonia em casa e apresentamos Rio para os filhos dela. No carro a caminho de casa, finalmente me dei conta de que agora nós éramos uma família completa. Eu e Matt ainda precisamos nos beliscar todo dia para acreditar que a nossa amiga Sonia nos ajudou a virar uma família, fazendo uma das coisas mais abnegadas que já vi. Nós a amamos muito e ela e os seus filhos são para sempre como a nossa família estendida."

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