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    Incêndio em fábrica de sapatos deixa 72 mortos nas Filipinas

    DA AFP

    14/05/2015 09h49

    Um incêndio iniciado nesta quarta (13) em uma fábrica de sapatos na região metropolitana de Manila, capital das Filipinas, deixou 72 mortos.

    Segundo parentes das vítimas, o estabelecimento explorava os trabalhadores e não contava com medidas de segurança para evitar tragédias deste tipo.

    Os bombeiros e a polícia retiraram dezenas de corpos do edifício de dois andares nesta quinta-feira (15) após as chamas terem sido apagadas.

    "Definitivamente, alguém será indiciado pelas mortes. Não importa se foi um acidente, pessoas morreram. Agora estamos investigando para determinar o que aconteceu. Com certeza alguém será indiciado", disse o chefe da polícia nacional, Leonardo Espina.

    O incêndio teria começado após as faíscas de um soldador utilizado em uma porta atingirem material inflamável armazenado no estabelecimento.

    A fábrica, que ficava em um distrito industrial de Valenzuela, ao norte da capital filipina, produzia calçados para o mercado local.

    Os funcionários eram remunerados abaixo do salário mínimo, trabalhavam cercados de produtos químicos e não eram orientados sobre as normas de segurança contra incêndios, segundo os sobreviventes e os parentes das vítimas.

    "As famílias estão furiosas com o que aconteceu, jamais esqueceremos", disse Rodrigo Nabor, que tinha duas irmãs que trabalhavam na fábrica.

    Diogo Shiraiwa/Editoria de Arte/Folhapress

    Nabor é um dos parentes que aguardavam em uma sala da prefeitura, transformada em necrotério improvisado após a chegada dos corpos.

    Suas irmãs, Bernardita, 32, e Jennylyn, 26, reclamavam com frequência do cheiro dos produtos químicos da fábrica, disse Nabor.

    O sobrevivente Lisandro Mendoza, de 23 anos, contou que escapou pela porta dos fundos e confirmou que a empresa não havia apresentado instruções sobre as normas de segurança desde que havia sido contratado, há cinco meses.

    Mendoza revelou que trabalhava misturando componentes químicos durante 12 horas por dia, os sete dias da semana, por 3.500 pesos (cerca de R$ 240).

    Outra sobrevivente, Janet Victoriano, também citou as poucas medidas de segurança contra incêndios da fábrica.

    "Nunca participei de uma simulação de incêndio", disse Victoriano, que trabalhava no local há cinco anos.

    Incêndios grandes são frequentes nas áreas pobres das Filipinas.

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