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    EUA e Cuba discordam sobre reabertura de embaixadas

    RAUL JUSTE LORES
    DE WASHINGTON

    23/05/2015 03h32

    EUA e Cuba ainda não conseguiram chegar a um acordo para reabrir as embaixadas em Washington e Havana. Na última rodada de negociações entre os dois governos, nesta sexta (22), em Washington, as duas principais negociadoras se limitaram a destacar um "grande progresso" nas discussões, mas que não se trata de "tarefa fácil".

    Segundo a Folha apurou, os cubanos querem impor várias restrições à locomoção dos diplomatas americanos em Cuba, que o Departamento de Estado não aceita.

    Do lado cubano, haveria pressão para se acabar com programas financiados pelo governo americano vistos como "desestabilizadores" pelos cubanos, como o de formação de jornalistas e palestras sobre direitos humanos.

    Os dois países anunciaram restabelecimento de relações diplomáticas em dezembro de 2014 e, segundo as principais pesquisas de opinião pública, a maioria dos americanos e dos cubanos aprovam a reaproximação. Nesta semana, um assessor da Casa Branca disse que o presidente Barack Obama gostaria de visitar Havana até o fim do mandato, em janeiro de 2017.

    Mas, em entrevista coletiva em Washington, as duas diplomatas que comandam as negociações deram poucos detalhes sobre os obstáculos que impedem a reabertura das embaixadas e tampouco anunciaram quando a questão seria retomada.

    Josefina Vidal, diretora-geral da Divisão de Estados Unidos do Ministério da Relações Exteriores de Cuba, limitou-se a dizer que os dois governos debateram a abertura de embaixadas e o "comportamento dos diplomatas" nos respectivos países.

    "Não é tarefa fácil, dada a nossa história", declarou a secretária-assistente do Departamento de Estado para as Américas, Roberta Jacobson. Ela disse que a rodada de conversas em Washington foi "altamente produtiva" e houve "progresso significativo nos últimos cinco meses".

    Questionada se há relação sobre as restrições de locomoção a diplomatas americanos em Cuba, Jacobson respondeu indiretamente.

    "Há varias instâncias onde embaixadas funcionam em ambientes mais restritivos", disse. "As regras variam nos países em que operamos."

    A diplomata cubana elogiou a decisão de Obama de retirar Cuba da lista de países que patrocinam o terrorismo e disse que nas últimas semanas houve diversos encontros entre as equipes dos dois países, tratando de temas como aviação, fraude imigração, áreas marinhas, tráfico de pessoas e direitos humanos. O próximo tópico será saúde.

    Dede 2009, houve incremento significativo de viagens e intercâmbio entre Cuba e EUA. Hoje, os dois países mantêm escritórios especiais de interesses na capital da respectiva contraparte, Washington e Havana, sem o status de embaixada, onde vistos são concedidos.

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