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    Presidentes de Brasil e México tentam reanimar relação

    SYLVIA COLOMBO
    ENVIADA ESPECIAL AO MÉXICO

    26/05/2015 03h00

    Com a imagem política desgastada, a presidente Dilma Rousseff e seu colega mexicano, Enrique Peña Nieto, se encontram nesta terça (26) na capital mexicana.

    Acompanhados de comitivas com um grande número de empresários (50 do lado do Brasil), os dois mandatários também buscam transmitir mensagens políticas positivas para seus respectivos públicos internos.

    Em entrevista ao mexicano "La Jornada", Dilma disse que as especulações sobre a possibilidade de impeachment no Brasil não a atemorizam.

    Pedro Ladeira/Folhapress
    Presidente Dilma Rousseff entra em helicóptero em direção à base aérea de Brasília, de onde embarcou para o México
    Dilma entra em helicóptero em direção à base aérea de Brasília, de onde embarcou para o México

    Já Peña Nieto tem buscado focar números da economia mexicana (crescimento de 3% previsto para 2015) e o sucesso da reforma energética, após privatização de parte da produção da estatal Pemex.

    A intenção é desviar a atenção popular das acusações de corrupção que envolvem altos funcionários de seu governo e a má repercussão internacional da violência causada pela guerra ao narcotráfico.

    Com a aprovação em queda (39%, segundo pesquisa do jornal "Reforma"), Peña Nieto busca reunificar o PRI (Partido da Revolução Institucional) com vistas às eleições legislativas do próximo dia 7.

    A votação pode significar o fim da ampla base de apoio que o presidente tinha no Congresso e que o permitiu alterar a Constituição, em seu plano de reformas.

    Na quarta (27), Dilma deverá ser homenageada no Senado mexicano.

    COMÉRCIO MINGUANTE

    Segundo o Itamaraty, o destaque do encontro será a assinatura de um acordo de cooperação e proteção de investimentos entre os dois países.

    Será a primeira vez que o Brasil assina um acordo deste tipo com um país da América Latina. O governo já havia assinado tratados semelhantes com Angola e Moçambique, mas o Congresso vetou. Este texto também precisará de aval do Legislativo.

    Editoria de Arte/Folhapress

    O Brasil chega ao encontro tendo perdido relevância no comércio bilateral nos últimos anos. O superavit brasileiro começou a cair em 2007, até se transformar, em 2009, em deficit. Atualmente, o saldo negativo é de US$ 1,7 bilhão, segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria).

    "O Brasil tem perdido relevância na relação, mas o empresariado brasileiro quer muito fazer mais negócios com o México. Nas áreas mais variadas, petroquímica, farmacêutica, construtura, serviços", disse à Folha Carlos Abijoadi, diretor de desenvolvimento industrial da CNI.

    Segundo ele, as principais travas apontadas pelos brasileiros são as barreiras tarifárias e a perda de mercado para concorrentes com quem o México tem acordos.

    GAFES

    Ao "La Jornada", Dilma disse admirar as civilizações pré-colombianas do México, mas não soube precisar bem a qual povo se referia.

    Ela também se confundiu ao enumerar as cores da bandeira mexicana. Primeiro, disse "branca, vermelha e azul", depois corrigiu: "não, verde".

    E, quando o jornalista perguntou se o encontro celebraria a união entre "mariachis e bossa nova", Dilma disse "pode falar tequila e cachaça", mas se confundiu ao crer que os "mojitos" eram mexicanos (os drinques são cubanos).

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