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    Para Vaticano, casamento gay na Irlanda é 'derrota para a humanidade'

    DA REUTERS

    27/05/2015 08h57

    O Vaticano apontou que vê como uma "derrota para a humanidade" a aprovação do casamento gay na Irlanda por meio de referendo neste final de semana.

    "Não foi uma derrota para os princípios cristãos, foi uma derrota para a humanidade", disse nesta terça-feira (26) o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin. "Eu fiquei muito triste com o resultado."

    Na primeira manifestação de um funcionário de alto nível da Santa Sé sobre o referendo na Irlanda, foi dito também que a Igreja deve repensar a forma como prega a mensagem cristã.

    "A Igreja deve tomar ciência dessa realidade [a aprovação do casamento gay], mas no sentido de reforçar o seu compromisso de evangelização", disse.

    Parolin ressaltou ainda o sentimento de choque sobre o voto a favor do casamento gay na Irlanda, um país tradicionalmente católico.

    Após o referendo, o arcebispo de Dublin Diarmuid Martin disse à rádio irlandesa RTE que "a Igreja precisa atentar à realidade dos fatos".

    O papa Francisco apresenta um tom mais tolerante do que muitos conservadores católicos em relação aos homossexuais. "Se uma pessoa é gay e está procurando Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?", disse Francisco pouco após assumir o papado.

    Até agora, porém, não há sinais de que a Igreja vá mudar sua doutrina contrária aos atos homossexuais.

    Pedro Armestre - 18.ago.2011/AFP
    Casal gay se beija diante do papamóvel do papa Bento 16 em Madri, em 2011
    Casal gay se beija diante do papamóvel do papa Bento 16 em Madri, em 2011

    Na Itália, o governo do premiê Matteo Renzi se prepara para apresentar um projeto que tornaria legais as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, mas não há planos para a aprovação do casamento gay.

    O referendo na Irlanda provocou reações na Alemanha no sentido de avançar em direção ao casamento gay - no país, só é legal a união civil homoafetiva. Tem aumentado a pressão sobre o partido da chanceler Angela Merkel, a União Democrática Cristã (CDU), contrário a qualquer mudança na legislação.

    "Pode-se pensar que se os irlandeses católicos o fizeram, nós também podemos fazê-lo [aprovar o casamento gay]", disse ao "Die Welt" Jehs Spahn, membro da cúpula da CDU.

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