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    Venezuela abate avião civil brasileiro que transportava cocaína

    SAMY ADGHIRNI
    DE CARACAS

    28/05/2015 21h32

    A Força Aérea da Venezuela abateu no último fim de semana um avião civil que transportava cocaína, matando os dois homens a bordo, ambos brasileiros.

    A informação foi confirmada à Folha nesta quinta-feira (28) por fontes oficiais.

    A aeronave, modelo Embraer EMB-820, foi interceptada na noite de domingo (24) por caças F-16, após entrar no espaço aéreo venezuelano sem permissão.

    Caracas diz que seus pilotos fizeram contato com o avião brasileiro e ordenaram que pousasse.

    Divulgação/Ministério das Relações Exteriores da Venezuela
    Soldados venezuelanos observam destroços do avião que foi derrubado
    Soldados venezuelanos observam destroços do avião que foi derrubado

    Diante da recusa, os caças atiraram no Embraer, que se espatifou num descampado no Estado de Cojedes, no noroeste do país.

    A Guarda Nacional Bolivariana disse ter encontrado no local mais de 600 pacotes de cocaína de alta pureza, além de dólares, pesos colombianos e aparelhos de telefone por satélite.

    Os ocupantes do avião foram identificados, conforme os passaportes que portavam, como Fernando César Silva da Graça, 29, e Klender Hideo de Paula Ida, 24.

    As famílias estão em contato com o Consulado do Brasil em Caracas para repatriação dos corpos.

    Fontes oficiais disseram à reportagem que o avião havia decolado da Colômbia carregando cocaína produzida naquele país e que se dirigia provavelmente rumo a alguma das ilhas caribenhas usadas por narcotraficantes como plataforma de redistribuição da droga.

    O Estado de Cojedes representa a rota mais curta para quem sai da Colômbia em direção ao mar do Caribe. Aviões usados por narcotraficantes costumam voar a baixa altitude para tentar despistar radares, mas a Venezuela, frequentemente acusada de leniência com o tráfico, vem endurecendo o controle de seu espaço aéreo.

    Desde 2012 vigora a Lei de Controle para a Defesa Integral do Espaço Aéreo, que ampara legalmente ações contra aviões "hostis".

    Ao fim do ano seguinte, a Venezuela já havia abatido ao menos 30 aviões usados pelo narcotráfico, segundo disse, à época, o presidente Nicolás Maduro.

    Apesar do esforço ostensivo, especialistas na luta antidroga ressaltam que a Venezuela se tornou a principal rota de escoamento da cocaína produzida na América do Sul.

    Críticos acusam setores do governo de envolvimento com o narcotráfico.

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